O Paraná freqüenta as listas do melhor e do pior da educação brasileira. O novo índice de avaliação de ensino divulgado ontem, pelo governo federal, coloca Curitiba como a melhor entre as capitais do país e o Paraná como o melhor estado no ensino de 1.ª a 4.ª séries. Ivatuba, na região Noroeste do estado, também se saiu bem: foi a única cidade de fora do estado de São Paulo a entrar na lista das dez melhores do país. Por outro lado, foi um município paranaense que apareceu no último lugar da lista nacional: Ramilândia, no Oeste do Paraná. A prefeitura contesta os dados, mas enquanto não houver uma correção oficial por parte do Ministério da Educação, Ramilândia permanece na lanterna do ranking.
A nova avaliação educacional ganhou o nome de Ideb Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. O objetivo é ver o nível de ensino público estado por estado, cidade por cidade, e considerando não apenas as notas tiradas pelos alunos. Além de usar as provas feitas pelos estudantes ao fim da 4.ª e da 8.ª séries a Prova Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) , o novo índice também leva em conta as taxas de aprovação dos alunos e a evasão escolar. Pelo critério do governo, tão importante quanto ver as notas dos alunos é ver se eles estão repetindo muito de ano ou abandonando a escola antes do tempo.
Abaixo da média
A notícia boa para o estado foi a primeira colocação nacional no ensino de 1.ª a 4.ª séries. A ruim foi que mesmo estando à frente dos demais, o Paraná não alcançou a meta definida pelo governo federal: atingiu nota 5,0, quando a média desejada era 6,0. "Temos de ter muito cuidado ao comentar números", afirmou ontem a superintendente da Secretaria de Estado da Educação, Yvelise Arco Verde. "Não podemos comemorar muito nem chorar demais", disse. Para ela, o índice mostra apenas que o estado está na direção certa.
No ensino de 5.ª a 8.ª, o estado teve uma situação um pouco pior. Ficou com nota 3,3 e ocupou a 8.ª posição no ranking. Atualmente, a primeira fase do ensino básico, que vai até a 4.ª série, é atribuição dos municípios. A segunda é gerida pelo estado. Apesar disso, Yvelise diz que o índice não mostra uma vantagem do ensino oferecido pelas prefeituras. "Até porque o ensino da primeira fase não foi ainda inteiramente municipalizado. Temos um grande número de alunos até a 4.ª série", comenta.
Curitiba, com nota 4,7, foi a melhor cidade entre as capitais. Mas ficou apenas em 446.º entre todas as cidades do país. Para a secretária municipal de Educação, Eleonora Fruet, os sistemas de avaliação comparativa, como o Ideb, podem ser produtivos. "Temos de comparar nosso ensino não só com outras cidades do país como também com as referências internacionais", afirmou.
A secretária afirmou que foi uma feliz coincidência o Ideb ter sido lançado exatamente durante a realização de um seminário municipal que discute novas formas de avaliação da escola. Desde quarta-feira até hoje, centenas de pedagogos do municipio estão se reunindo no Centro de Convenções de Curitiba para discutir um modelo de análise permanente do ensino municipal.
A melhor cidade paranaense no ranking do Ideb foi a pequena Ivatuba, de 2,7 mil habitantes, ficou no 9.° lugar nacional, com nota 6,0. Segundo o prefeito Adolfo Joaquim Semprebom (PDT), o bom resultado é decorrente de investimento. "Estamos fazendo o básico bem feito", diz. Ivatuba tem apenas três escolas. Uma é municipal, outra é estadual e a terceira é particular.
Equívoco
Já o secretário de Educação, Cultura e Esportes de Ramilândia, Adílson Turato, contestou o resultado do Ideb. A cidade ficou na última colocação de todo o país, entre os mais de 5,5 mil municípios brasileiros avaliados, com nota 0,3.
Segundo ele, a cidade aparece na pior classificação do Brasil porque foi enviada ao MEC uma informação errada em relação à taxa de aprovação média da rede municipal de ensino. Na avaliação, o MEC considerou que 93,2% dos alunos da cidade reprovam. "Isso não existe", afirma. Segundo Turato, o índice municipal de aprovação é no mínimo superior a 85%.
O secretário ainda diz que a prefeitura ainda não sabe de onde partiu a informação errada repassada ao MEC. O prefeito de Ramilândia, Ubaldo de Barros (PSDB), pretende encaminhar um ofício ao MEC solicitando esclarecimentos para checar a origem dos dados relativos à taxa de aprovação.
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