As rodovias federais que cortam o Paraná tiveram o equivalente a um flagrante por hora de motoristas dirigindo sob efeito de álcool neste feriado de carnaval. É o que permitem afirmar as estatísticas divulgadas nesta quinta-feira (11) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) sobre acidentes, mortes e fiscalizações nas vias durante a folga prolongada.
Segundo o balanço, entre a última sexta-feira (5) a quarta-feira de cinzas (10), 139 motoristas foram flagrados por equipes da PRF sob efeito de álcool. A média é de 23 flagrantes por dia, ou quase um por hora.
Um dos responsáveis pelo Núcleo de Comunicação da PRF no Paraná, o agente Fernando César de Oliveira explica que, embora elevado, o índice se aproxima da média esperada para feriados e fins de semana. “São períodos onde há maior consumo e, como consequência, maior número de flagrantes por embriaguez”. De acordo com Oliveira, a maior parte dos motoristas que são pegos sob efeito de álcool estão em trânsito em perímetros urbanos das rodovias.
Dos 139 motoristas flagrados neste carnaval, 18 foram detidos. O dado é preliminar. Isso significa que estas pessoas estavam conduzindo o veículo com teor de álcool no sangue igual ou superior a 0,34 mg/L (miligrama de álcool por litro de ar expelido). Abaixo disso, a redação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina que o motorista não vai preso, mas tem a carteira de habilitação suspensa por um ano e deve pagar multa de R$ 1.915,40.
Mortes e acidentes
Em comparação com o mesmo feriado do ano passado, foram menos mortes nas rodovias federais do Paraná no carnaval 2016: oito no total. Em 2015, foram nove. A redução é mais notável se os números forem analisados junto com os apresentados em 2014, quanto 26 pessoas morreram nas rodovias federais paranaenses.
Entre os óbitos em decorrência de acidentes, duas delas foram de um casal que seguia pela BR-376 em direção ao Litoral de Santa Catarina. A mulher, professora da PUC-PR, e o homem, funcionário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado, tiveram o carro esmagado por um caminhão no último domingo (7). O motorista do caminhão foi encaminhado em estado grave a um hospital de Joinville. A esposa dele teve ferimentos moderados, e o filho, de 5 anos, saiu aparentemente ileso.
Em relação a 2015, o total de feridos caiu de 205 para 191, uma leve redução de 6,8%. Já os acidentes atendidos diminuíram 37,2%: de 322 no ano passado passaram para 202 este ano.
Cadeirinha e excesso de velocidade
Nos seis dias de fiscalização, 820 motoristas foram autuados por efetuar manobras de ultrapassagem forçada ou em locais proibidos pela sinalização. E 11,1 mil tiveram imagens das placas de seus veículos capturadas por radares portáteis da PRF por circular em velocidade superior à máxima permitida.
De acordo com a PRF, um dado que chamou a atenção foi de autuações de motoristas que transportavam crianças sem o uso de cadeirinha, bebê-conforto ou assento de elevação. Foram 48 no total.
“Pela velocidade desenvolvida em rodovias, transportar criança sem cadeirinha é muito perigoso. Um exemplo é que a 40 quilômetros por hora, já não há braço que segure criança no colo caso haja batida. E numa rodovia, dificilmente alguém viaja nessa velocidade”, analisa o agente.
