Curitiba foi a cidade onde houve mais mortes de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis em 2009, segundo um relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Os 14 homicídios registrados na capital fizeram com que o Paraná, que teve 25 mortes no ano, empatasse com a Bahia como o estado onde morreram mais homossexuais no ano passado. As informações são da Agência Brasil.
Pelas contas do relatório, em todo o país foram 198 assassinatos cerca de um homossexual morto a cada dois dias. A entidade realiza o levantamento anualmente, baseado em casos divulgados pela imprensa nacional e regional. Nos dois primeiros meses de 2010 já foram documentados 34 homicídios. O relatório, no entanto, não deixa claro se todos os crimes tiveram como motivação o fato de as vítimas serem homossexuais.
O fundador do GGB, Luiz Mott, diz que os números podem ser ainda maiores, já que não há estatísticas oficiais sobre o assunto. "Isso representa provavelmente menos da metade do que ocorre na realidade. Infelizmente não existem estatísticas de crimes de ódio no Brasil. Muitos homossexuais escondem a situação e a polícia não tem recursos para identificar todos", disse Mott.
O grupo realiza o levantamento há 30 anos, desde a sua fundação. "Nós chamamos a atenção para que as secretarias de Segurança Pública ou o Ministério da Justiça desenvolvam mecanismos para coletar e interpretar esses dados, mas até agora não conseguimos sensibilizar o poder público para a importância desse levantamento", reclamou Mott.
Os dados de 2009 apontam que, entre os mortos, 59% eram gays, 37% travestis e 4% lésbicas. Enquanto Bahia e Paraná registraram o maior número absoluto de assassinatos, no comparativo regional o Nordeste registrou 38% dos casos. A maioria das mortes foi com arma de fogo e, segundo o GGB, aproximadamente 80% das ocorrências têm "autor desconhecido". "São crimes de ódio que se caracterizam por muitos golpes, tiros, aplicação de tortura, queimadura, enforcamento", relatou Mott.
Segundo o fundador do grupo, a violência contra homossexuais poderia ser reduzida, entre outras medidas, com educação nas escolas e com o ensino do respeito à diversidade sexual. "Também precisamos que a polícia e a Justiça sejam mais severas na hora de investigar e punir esses crimes. Também fazemos um apelo à própria comunidade homossexual para que evite qualquer situação de risco, denunciando qualquer tipo de violência ou ameaça e evitando levar para dentro de seus lares pessoas desconhecidas", aconselhou. A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Justiça e com a Secretaria de Direitos Humanos, mas não obteve resposta.
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