Uma pessoa foi presa e outras oito conduzidas coercitivamente por envolvimento em uma “sofisticada” organização criminosa suspeita de praticar golpes milionários no país. A “Operação Mercúrio” foi deflagrada nesta quinta-feira (14) para desarticular o grupo, que foi descoberto por causa da venda de um terreno em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), avaliado em R$ 600 milhões. As comissões sobre esta venda chegariam a R$ 90 milhões, sendo que R$ 1 milhão já teria sido pago pela vítima.
O líder da quadrilha, de 51 anos, foi preso no Rio de Janeiro. Ele seria um homem conhecido pela prática de diversos golpes milionários, conforme informou a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba.
A descoberta do golpe foi possível graças à própria vítima, que oferecia um terreno de R$ 600 milhões de reais, mas recebeu uma oferta de compra mais interessante. A quadrilha se dispôs a pagar R$ 900 milhões pelo bem.
Mas, para efetuar o negócio, o pagamento teria de ser feito por meio de um banco internacional de investimento, o Deutsche Capital Holdings Bank (DCHB) – que teve a página na internet falsificada. Só para abrir conta na instituição falsa, a vítima teve que pagar US$ 100 mil. A vítima também teria que criar um e-mail para se comunicar com os representantes do fundo e do banco internacional.
R$ 953 mil em falso banco
Segundo a Polícia Civil, “tudo foi feito de maneira orquestrada”: um criminoso falava mal do outro para a vítima, dizendo que iria intervir para os valores diminuírem. Exigiram (e conseguiram) transferências bancárias no valor aproximado de R$ 1 milhão. A fraude era tanta que o depósito prometido, de R$ 900 milhões, chegou a aparecer na conta bancária do vendedor. No entanto, o montante foi bloqueado e só seria liberado mediante pagamento adiantado de R$ 2 milhões a título de comissão. A partir de então, a vítima passou a ser ameaçada e foram feitos mais pedidos de dinheiro.
“A vítima caiu na lábia destas pessoas que começaram a empreitada criminosa. Por meio de diversas fraudes documentais (criação de sites inexistentes/falsos, contratos falsos, documentos falsos, utilização de nomes fictícios, contas bancárias falsas, etc), os estelionatários fizeram com que a vítima desembolsasse R$ 953 mil para o grupo a título de falsas tarifas de aberturas de contas no exterior. Depois de muito tempo de negociação, a vítima descobriu que tudo não passava de um golpe”, explicou o delegado Matheus Laiola.
Reincidente
Em 2007, o suspeito de chefiar a quadrilha foi acusado de comandar um grupo de estelionatários composto por ele e seus quatro irmãos. Conforme denúncia do Ministério Público, a organização possuía 32 empresas de fachada, com sede no Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Rio Grande do Norte. De acordo com a polícia, eles também agiram no exterior.
O grupo contava com suporte de especialistas em informática para dar veracidade às fraudes.
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