Passageiros de cruzeiros transatlânticos até conseguem visitar hoje os pontos turísticos do litoral do Paraná, mas precisam de muita curiosidade e disposição para encarar uma viagem de até 200 quilômetros a mais. Isso porque os navios de turismo preferem atracar no porto de São Francisco do Sul (SC) devido à falta de um espaço adequado no litoral paranaense. O Porto de Paranaguá libera o berço 9 para o embarque e desembarque de passageiros. O problema é que o cais paranaense é essencialmente comercial e o ambiente da vista aos odores do porto não é atraente para o turismo.
"Cais é para soja. O turista quer shoppings, serviços de qualidade e segurança", aponta o presidente do Sindetur, Aroldo Schultz. Ele observa que o estado vizinho está investindo para atrair os grandes navios, principalmente em São Francisco do Sul e Itajaí.
Dono de uma empresa especializada no receptivo a turistas de transatlânticos, Onésimo Santos de Anunciação diz que atende, em média, cerca de 1,2 mil pessoas em quatro navios por ano. Ele precisa ir até São Francisco buscar o grupo, fazer um rápido passeio pelo litoral paranaense, subir a serra, levar todos para jantar em Curitiba e retornar a São Francisco. Se o terminal de passageiros em Paranaguá sair do papel, o empresário acredita que o movimento pode dobrar. "No mínimo, vamos duplicar o atendimento."
Os especialistas em turismo lembram que o novo terminal levará tempo para consolidar o ponto nas rotas de transatlânticos depois de pronto e liberado para operação. "Serão necessários de três a quatro anos para o terminal entrar no mercado", prevê o presidente da Adetur Litoral, Carlos César Gnata.
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