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“A preocupação com a segurança dele [do filho Lucas] sempre veio em primeiro lugar. É uma questão de costume. No começo foi a cadeirinha, agora o assento de elevação. Ele entra no carro e já sabe o que tem que fazer.”
Maria Gabriela Carbunck, técnica de operação | Christian Rizzi / Gazeta do Povo
“A preocupação com a segurança dele [do filho Lucas] sempre veio em primeiro lugar. É uma questão de costume. No começo foi a cadeirinha, agora o assento de elevação. Ele entra no carro e já sabe o que tem que fazer.” Maria Gabriela Carbunck, técnica de operação| Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo

Em um ano, o número de multas por "transportar crianças irregularmente" cresceu 23,66% no Paraná. De janeiro a novembro do ano passado, 5.435 motoristas foram flagrados transportando crianças sem os dispositivos de segurança obrigatórios ou em inconformidade com a lei. No mesmo período de 2010, foram registradas 4.395 infrações deste tipo em todo o estado. Especialistas apontam que o descaso com as regras de segurança no trânsito ainda é o responsável pelos altos índices de mortes nas estradas brasileiras. No ranking das cidades com o maior número de punições por este tipo de infração, Curitiba aparece em primeiro lugar com 1.718 multas contra 1.242 no mesmo período de 2010, aumento de 38,32%. Em seguida, aparece Maringá, no Norte do estado, com 193 registros. No ano anterior haviam sido aplicadas 121 penalidades, crescimento de 59,5%. As posições na lista de municípios com o maior número de infrações, neste caso, estão diretamente ligadas à frota local e à regularidade das fiscalizações.

Queda nas mortes

Apesar do maior controle, iniciado no dia 1.° de setembro de 2010, levantamentos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) revelam que o número de mortes de crianças com até 7 anos em acidentes nas rodovias de todo o país caiu 41,18% no primeiro semestre de 2011 em comparação com o mesmo período de 2010, quando o uso da cadeirinha, do bebê conforto e do acento de elevação não era obrigatório. Por outro lado, a quantidade de mortes de crianças com idade entre 8 e 12 anos – faixa para a qual o uso do equipamento é opcional – cresceu 11%.

"Não é possível afirmar que todas as mortes foram provocadas pelo não uso dos itens de segurança, mas certamente grande parte das vidas poderia ser salva por eles, desde que usados corretamente", ressaltou a coordenadora no Brasil da organização não governamental Criança Segura, Alessandra Françóia, lembrando que no Brasil os acidentes são os principais responsáveis pelas quase 6 mil mortes anuais de crianças entre 1 e 14 anos. Destes acidentes, 40% são de trânsito, seguidos de afogamento (26%) e sufocação (13%).

Conscientização

Para Alessandra, a conscientização e as campanhas, acompanhadas de leis mais severas, tendem a reduzir estes números. "O aumento no número de mortes no trânsito é um fenômeno natural em muitos dos países em desenvolvimento. As pessoas ficam mais expostas a riscos. Ao mesmo tempo em que cresce o número de carros nas ruas, é preciso fazer brotar o senso de responsabilidade, não apenas o de punibilidade", diz. Infração gravíssima, o descumprimento acarreta multa de R$ 191,54, sete pontos na carteira de habilitação e a retenção do veículo.

A técnica de operação, Maria Gabriela Crispin Carbunck, mãe de Lucas, conta que já usava a cadeirinha antes da lei entrar em vigor. "A preocupação com a segurança dele sempre veio em primeiro lugar. É uma questão de costume. No começo foi a cadeirinha, agora o acento de elevação. Ele entra no carro e já sabe o que tem que fazer", comenta. Grávida de Gabriel, já está preparada para circular com mais um acessório no carro.

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