Municípios perdem R$ 2 milhões
Cerca de R$ 2 milhões em recursos enviados aos municípios paranaenses tiveram de retornar ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O motivo foi que algumas cidades não atualizaram seu cadastro ou apresentaram projetos falhos para para obter o investimento. No Brasil, o saldo foi de R$ 300 milhões.
"Não queremos o dinheiro de volta. Queremos que o recurso seja aplicado", afirma a secretária-executiva do MDS, Márcia Lopes. Ao ouvir a informação no plenário da Assembléia Legislativa, o deputado estadual Jocelito Canto (PTB), o único parlamentar a se ponunciar, se disse triste. "O Paraná não pode perder dinheiro quando a nossa Bíblia é a Carta de Puebla. Quem é o culpado? O que houve?", questionou.
Ao tomar conhecimento das causas, o deputado propôs que o governo do estado, através da Secretaria de Estado do Emprego, Trabalho e Promoção Social, prestasse assessoria às prefeituras que não têm estrutura. Já o Ministério pretende que os estados assumam o papel de cooordenar, acompanhar e estimular a capacitação, além de montar um sistema de monitoramento das ações realizadas nos municípios.
Através do Índice de Gestão Descentralizada (IGD), de transferência de renda, cada município gerencia seu recurso, conforme as necessidades. Márcia conta que um município de Amazonas, por exemplo, preferiu investir em um barco para atender a população. Assim, cada prefeitura deve apresentar um plano de assistência social para receber o investimento. Em 2006, foram repassados ao Paraná pelo IGD R$ 8,5 milhões.
O Paraná irá receber neste ano R$ 910 milhões para a assistência social, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS). Os recursos a serem investidos em programas sociais, transferência de renda e segurança alimentar serão 21,3% superiores aos de 2006, quando foram enviados R$ 750 milhões ao estado. Com os números, o Paraná se destaca como o estado que mais vai receber na Região Sul. A previsão é de R$ 813 milhões para o Rio Grande do Sul e de R$ 287 milhões para Santa Catarina.
Os demais estados do Brasil também registraram aumento da verba, cujo repasse leva em conta a população e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. A previsão para o país é de R$ 24 bilhões, um orçamento quatro vezes superior ao de 2002, de acordo com o MDS. Os investimento foram anunciados ontem pela secretária-executiva do Ministério, Márcia Lopes, que esteve na Assembléia Legislativa do Paraná, em Curitiba.
Em encontro com os parlamentares paranaenses, a secretária-executiva, natural de Londrina, pediu para que eles aprovem projetos na área. "É fundamental que possamos de fato tratar política de assistência social como qualquer outra política", afirma. O apelo também foi dirigido ao governador Roberto Requião. "O Paraná também tem responsabilidade de fazer um bom financiamento dessa rede social."
A situação que a representante do Ministério encontrou no Paraná, no entanto, não foi animadora. No estado, apenas 0,71% do orçamento é investido em assistência social. Segundo Márcia, o mínimo que os governos estaduais devem investir de seu orçamento é 5%. "Não se trata de vincular na lei (o mínimo de 5%). O importante é que os governos e municípios tenham consciência de pôr o orçamento na área", afirma.
Segundo dados da Política Estadual de Assistência Social, vinculada à Secretaria de Estado do Emprego, Trabalho e Promoção Social, 2,8 milhões de paranaenses têm uma renda de meio salário mínimo, de um total de cerca de 10.261.856 habitantes. Também 81 municípios possuem baixa capacidade de arrecadação e de gestão, onde 60% da população ganha até meio salário mínimo. As regiões mais carentes são o Vale do Ribeira, a do Parapanema, o Centro e as fronteiras.
"Infelizmente, o Paraná não está diferente dos outros. O que acho é que estamos passando por modelos diferente e nossas estruturas de poder ainda não se deram conta disso", diz a coordenadora da Política Estadual de Assistência Social, Denise Arruda Colin.
Investimentos
No Paraná, onde 452,9 mil famílias são beneficiadas pelo Bolsa Família, os recursos irão para o funcionamento de 91 Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), espaços voltados à realização de projetos de geração de trabalho e renda.
Na área de segurança alimentar, três restaurantes populares estão em construção em Curitiba, Colombo e Paranaguá, além do já existente em Toledo. O investimento total nesse setor, que chega a R$ 18,7 milhões, engloba compra de alimentos da agricultura familiar, implantação de cozinhas comunitárias e banco de alimentos e educação alimentar.
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