Foz do Iguaçu – O Paraná aguarda do governo federal o repasse de aproximadamente R$ 35 milhões de um total de R$ 3 bilhões destinados a projetos de reforma agrária em todo país. Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), os recursos liberados para o Paraná serão investidos no assentamento de 2.210 famílias de um universo de 10 mil que esperam um pedaço de terra. Outros 300 assentamentos existentes no estado também receberão dinheiro para obras de infra-estrutura e assistência técnica.

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A superintendente substituta do Incra no Paraná, Irene Coelho de Souza Lobo, diz que os recursos estão em fase de liberação. O repasse da verba, que está sendo aguardada desde o início do ano, acabou atrasando em razão da demora de quatro meses na aprovação do orçamento geral da União.

O Incra fez um mapeamento das necessidades de investimento em todo o estado e irá liberar o dinheiro para as áreas prioritárias. Uma delas é a fazenda Cajati, em Cascavel, propriedade de 3,3 mil hectares que foi ocupada por mil famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) nos anos de 2000 e 2004. Outra área que o MST espera que seja contemplada é a Fazenda Porangaba II, em Querência do Norte. "Os recursos atenderão assentamentos novos e em andamento", diz Irene.

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Segundo ela, as áreas para assentar as 2.210 famílias serão adquiridas até o final do ano. Em algumas delas, o MST já mantêm acampamentos no lado de fora. Além do MST, outros movimentos sem-terra também serão atendidos.

O coordenador estadual do MST no Paraná, José Damasceno, diz que o movimento também aguarda o repasse de dinheiro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o investimento produtivo e social nos assentamentos, incluindo a construção de casas e a infra-estrutura de água, luz e estradas. Ele diz que praticamente todos os assentamentos do estado passam por dificuldades devido à precária infra-estrutura.

Ainda segundo Damasceno, se o Incra conseguir cumprir a meta de assentar as 2.210 famílias este ano o saldo será bastante positivo. No entanto, isso não significa que o MST irá encerrar as invasões. "A ocupação de terra é a vida do movimento. Faz parte de nossos horizontes. Vamos buscar novos assentamentos e brigar por um orçamento maior", reitera.