O novo secretário de Saúde de Curitiba, Adriano Massuda, explicou à Gazeta do Povo os planos para atenuar os problemas do atendimento de urgência e emergência na capital paranaense. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
Qual é a realidade do tratamento de emergência e urgência em Curitiba? Qual é o plano para melhorar a rede?
O atendimento de emergência e urgência sofre um estresse na cidade há pelo menos cinco anos. Está no limite. Temos uma boa estrutura para urgência e emergência. O problema é a estruturação e o funcionamento de toda a rede. Não existe organização de sistema de saúde no mundo que se faça sem uma atenção básica forte. Precisamos ampliar a estratégia de saúde básica, que cobre 33% de toda a cidade. O objetivo é dobrar já no primeiro ano. O segundo ponto é ampliar a resolutividade dos oito CMUMs. Já temos mais dois em construção. Um no centro, perto da rodoviária e outro no Tatuquara. Precisamos de mais resolutividade em trauma ortopedia dentro do CMUM.
Qual é o problema da vazão dos atendimentos dos CMUMs?
A retaguarda hospitalar de cada centro é insuficiente ou desorganizada. Podemos dizer que existe problema, mas não está em situação de caos. Há picos de atendimento, nos quais determinada região possui maior demanda e fica sobrecarregada. Isso é habitual no sistema de emergência e urgência, por isso precisa existir uma retaguarda hospitalar para quem precisa de atendimento mais complexo. A infraestrutura precisa ser melhorada, mas não é isso que explica as dificuldades. É o funcionamento da rede que vai melhorar a gestão da saúde.
Mas não faltam médicos nas unidades básicas?
O problema na unidade básica é uma questão do número (de médicos) e da qualificação. Precisamos de uma política de valorização dos profissionais, como plano de cargos e salários. Nessa gestão vamos contratar mil novos profissionais de saúde. O problema qualitativo será resolvido com cursos permanentes de atenção básica e de urgência e emergência.
O número de pacientes da região metropolitana também contribui para esse quadro?
Muitos pacientes com baixa complexidade vêm aos CMUMs e poderiam ser atendidos em suas cidades. Claro que Curitiba não pode fechar as portas para pacientes de outras cidades. Há uma falha no município de origem. A formação para os nossos profissionais poderia se expandir para os municípios da RMC.
A quantidade de CMUMs é ideal para a capital?
Pelo critério do Ministério da Saúde, oito é um número suficiente para Curitiba. Mas como atendemos à região metropolitana precisaríamos de mais cinco. Dois estão em andamento, dois devem ser construídos a médio prazo, daqui a dois anos. Além de mais um a longo prazo. Assim poderíamos atender à demanda para os próximos 10 anos.
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