Cerca de cem manifestantes invadiram na manhã desta terça-feira (28) um prédio na esquina da Rua Conselheiro Laurindo com Avenida Sete de Setembro, região central de Curitiba. O local já funcionou como shopping, mas foi desativado e estava desocupado. Segundo a Polícia Militar, o protesto pede para que o prédio seja convertido em moradias populares. Cerca de dez policiais militares patrulham as imediações do prédio, que foi invadido às 10h30. Até as 11h10, não houve conflito entre manifestantes e policiais.
O prédio era o shopping Station Mall até setembro do ano passado, quando os comerciantes foram despejados por imposição de um mandado da Justiça. O imóvel, que ocupa metade de uma quadra da Avenida Sete de Setembro, pertencia à Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), que por sua vez o alugava para um terceiro há aproximadamente dez anos. Com a dissolução da RFFSA, no final de 1999, o contrato foi cancelado e o imóvel oficialmente repassado à União.
A centena de ocupantes é formada por pessoas que vivem de aluguel em casas da periferias de Curitiba e região, ativistas sociais e sem-teto. Os participantes do ato prometem ocupar o local até que o processo de venda seja revertido.
A manifestação é organizada pela União Moradia Popular Paraná, que reivindica a suspensão do leilão dos imóveis da RFFSA. Outro pedido é a destinação dos prédios ociosos do INSS para o programa de habitação Minha Casa Minha Vida, lançado no fim de março pelo governo federal com o propósito de financiar um milhão de moradias para famílias com renda mensal até dez salários mínimos por meio da Caixa Econômica Federal. As medidas, segundo o movimento, visam reduzir o déficit de 5 milhões de moradias no país.
Segundo Maria das Graças, coordenadora da União Moradia Popular Paraná, que organiza a manifestação, se todos os imóveis ociosos do Estado fossem destinados para habitação, haveria um corte de pelo menos 50% do déficit.
O prédio foi adquirido em sociedade pela construtora Casteval e Hotel Victória Vila - sendo que este fica logo em frente ao imóvel. Valdemiro de Lima Filho, representante da Casteval, afirma que o bem foi comprado por meio de um leilão eletrônico em novembro do ano passado. O porta-voz diz ter toda a documentação do local regularizada e preferiu não comentar a invasão.
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