A prefeitura de Campinas interditou nesta segunda-feira (10) um dos blocos do condomínio Parque Primavera, no bairro Mansões Santo Antonio. O auto de interdição foi emitido porque a empresa Concima S.A Construções Civis não cumpriu a intimação da prefeitura, enviada em 22 de setembro, para colocar em funcionamento um sistema de retirada de gases do subsolo do condomínio em 10 dias.
Laudos demonstraram que, principalmente sob a torre ocupada, "há uma pluma de vapores em todas as direções, com concentrações elevadas de vários compostos orgânicos voláteis, indicando a necessidade de implantação imediata de um sistema de mitigação da intrusão de vapores, independentemente da continuidade da investigação da área, para posterior trabalho de remediação".
O auto de interdição foi entregue à síndica do condomínio, que se comprometeu a comunicar e entregar cópias do documento aos moradores para que eles tomem ciência do ocorrido.
De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Valéria Murad Birolli, com a interdição, os moradores são orientados a deixar seus imóveis devido aos riscos à saúde e ao meio ambiente. Os que quiserem permanecer morando no edifício terão que assinar um documento assumindo as responsabilidades sobre eventuais danos à saúde.
Histórico
A contaminação ambiental no bairro Mansões Santo Antonio foi causada pela extinta indústria de recuperação de solventes Proquima. A empresa funcionou na área de 1973 até 1996, período em que sofreu 13 autuações da Cetesb, entre multas e advertências.
Encerradas as atividades, a Proquima vendeu lotes do terreno à construtora Concima, que ergueu no local três torres residenciais, com 52 apartamentos cada uma. Dessas, apenas uma está ocupada. O projeto inicial da Concima era erguer 8 torres, em dois lotes, mas a constatação da contaminação impediu que o projeto fosse executado.
A prefeitura de Campinas afirma que tomou conhecimento da contaminação do solo no local em 2002 e que, desde então, estaria atuando junto com a Cetesb e o Ministério Público para resolver o problema.