Paranaguá Enquanto o grupo Sociedade Amigos da Música ensaia para apresentações, o assoalho da Casa da Cultura Monsenhor Celso, em Paranaguá, range. O incômodo acompanhamento desapareceria com uma reforma, mas a última grande obra de recuperação do prédio ocorreu em 1997. A presidente da Fundação Municipal de Cultura (responsável pela casa), Maria Helena Mendes Nizio, acrescenta que também é necessária uma intervenção na instalação elétrica, mas não há previsão para nenhuma melhoria no prédio.
Depois da reforma de 1997, houve apenas melhorias pontuais. Em 2003, as goteiras no telhado e o risco da perda de obras de arte levaram a obras emergenciais. E, no ano seguinte, o telhado passou por uma reforma. Não se vêem mais as infiltrações, mas ainda assim tanto interior quanto exterior precisam de pintura. "A casa é antiga e há muito tempo nenhuma recuperação grande é feita", reconhece Maria Helena. A presidente da fundação já solicitou o levantamento de todas as intervenções necessárias no prédio, construído no fim do século 18 e que foi morada do músico Brasílio Itiberê da Cunha e seu irmão, que ficaria conhecido como monsenhor Celso.
O monumento foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná em 1972 e faz parte de um conjunto de construções coloniais do centro histórico da cidade. Além de espaço cultural, também é ponto turístico, conservando em sua fachada as esquadrias em pedra lavrada e, no interior, as conversadeiras (antigos bancos de pedra).
O prédio foi sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) antes de ser restaurado e renomeado como Casa da Cultura Monsenhor Celso, abrigando mensalmente exposições individuais e coletivas de artistas plásticos de diversas regiões do Brasil e, especialmente, de Paranaguá. "A necessidade de algumas reformas não impede que a estrutura seja bem utilizada e que funcione para aquilo a que se propõe", defende Maria Helena, usando como exemplo as constantes exposições, sem que nenhuma tela seja danificada. O espaço também é usado para aulas de canto, do coral da Sociedade Amigos da Música e para a realização de oficinas de entalhe em madeira e artes plásticas.