Tombados por institutos de preservação federal, estadual e municipal, prédios históricos, quase todos seculares, foram pichados e depredados por manifestantes na segunda-feira (17) à noite no Rio de Janeiro.
Sede do Poder Legislativo fluminense, o Palácio Tiradentes, que ocupa todo o quarteirão formado pela avenida Primeiro de Março e pelas ruas da Assembleia, São José e D. Manuel, teve dependências invadidas. Focos de incêndios foram registrados na portaria principal e nas laterais pela rua da Assembleia.
Tombado pela União, o palácio, inaugurado em 1926, teve a entrada pelas escadarias da Primeiro de Março totalmente depredada. Ainda não se tem informação sobre a integridade os painéis e pinturas de autores como Eliseu Visconti (1866-1944), obras de arte que decoram o Tiradentes.
O símbolo clássico da anarquia foi desenhado nas laterais da Assembleia Legislativa e da vizinha Igreja de São José, erguida nas quatro primeiras décadas do século 19 e tombada em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Sorte ainda pior teve o Paço Imperial, edificação na Praça 15 inaugurada em 1743 e sede-administrativa do governo a partir da chegada da Família Real ao Brasil, após a fuga de Portugal, em 1808. Além das pichações com palavrões, palavras de ordem e frases ofensivas ao governador Sérgio Cabral (PMDB), o Paço teve dezenas de vidros quebrados.
Sede da recém-inaugurada exposição de quadros da coleção do jornalista Roberto Marinho (1904-2003), o Paço só não foi invadido porque seus portões e janelas são protegidos por gradeamento de ferro resistente.
Em frente ao Paço Imperial, o Convento do Carmo também foi atacado. É uma construção que o Iphan tombou em 1960. Sua construção remonta à primeira metade do século 17. A fachada branca está tomada por desenhos e palavras deixadas nas paredes por manifestantes.
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