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O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) defendeu a internação de usuários de crack com mais de cinco anos de consumo. A declaração foi dada durante visita às obras de uma unidade do programa Vila Reencontro, que oferece moradia à população em situação de rua, no Anhangabaú, nesta sexta-feira (13), segundo a Folha de S. Paulo e G1.
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Nunes afirmou que 51% das pessoas na Cracolândia estão com comprometimento da atividade pulmonar e a grande maioria dos usuários com 50% do pulmão. "Estão se encaminhando para a morte e não vamos fazer nada?", questionou.
"Se o atendimento for internação involuntária, compulsória, se for comunidade terapêutica, seja ele qual, a prefeitura e o governo do estado dará a ele. O que a gente não pode é ter as pessoas jogadas na rua, se consumindo com o crack", disse. O prefeito afirmou ainda que irá trabalhar com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), para a concretização dessas ações.
Nesta semana, dependentes químicos da Cracolândia pintaram uma faixa branca onde há uma concentração de usuários e de venda de drogas, na Rua Vitória, demarcando o espaço. Depois, o prefeito mandou apagar a faixa e declarou que as delimitações só podem ser realizadas pela gestão municipal
Em 2021, em entrevista à Gazeta do Povo, o procurador Marcelo da Rocha Monteiro afirmou que, longe de ser inviável, a internação compulsória é necessária quando o dependente químico perdeu completamente a capacidade de tomar decisões por si próprio: "Ela é necessária, desde que o médico constate que aquele indivíduo, em razão da dependência, já não tem a plena capacidade de autodeterminação – ou seja, já não tem discernimento, pela ação das drogas, para decidir o que é melhor para ele próprio", destacou.