O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fez uma cerimonia nesta terça-feira (10) para convidar empresários a construírem creches públicas na cidade. A demanda por creches é um dos principais problemas da prefeitura na área da educação.
A ideia é ampliar uma parceria fechada com o Carrefour. Conforme o jornal Folha de S.Paulo informou em janeiro, a rede de supermercados vai construir unidades escolares em alguns dos seus estacionamentos.
Segundo o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, o Carrefour deve fazer 20 creches. A previsão é que a primeira seja entregue em julho.
Haddad afirmou não haver uma meta de construção de unidades em parceria com empresários. No modelo proposto, o custeio fica a cargo da prefeitura.
O projeto foi apresentado em evento com cerca de 200 empresários ou representantes de entidades.
Uma das principais perguntas feitas por empresários ao prefeito foi sobre a contrapartida que as empresas podem receber ao participarem do projeto (como isenção do IPTU do terreno, ainda que seja apenas parcialmente usado para a construção da creche).
Haddad disse que os empresários podem apresentar uma proposta formal, a ser analisada pela prefeitura.
No caso do Carrefour, segundo Chalita, a empresa não pediu nada em troca.
A prefeitura disse também que os empresários, em vez de construírem uma unidade, podem apenas doar terrenos.
Chalita disse ainda que faculdades também estão sendo procuradas a ajudarem na construção se creches. A USP já está negociando.
Déficit
A administração municipal enfrenta demanda por vagas em creches cada vez maior. O último dado divulgado, de novembro, apontou a maior fila já registrada: 188 mil crianças à espera de uma vaga, ante 228 mil matriculadas nas creches. A gestão Haddad prometeu 150 mil vagas até o fim de seu mandato, em 2016, mas chegou à metade do mandato com 42 mil entregues.
A prefeitura diz que a demanda aumenta justamente por causa da expansão da rede -quando é inaugurada uma unidade onde não havia vagas, muitas famílias passam a integrar a fila.
A Folha de S.Paulo mostrou em fevereiro que uma medida administrativa da gestão Haddad permitiu o aumento de crianças atendidas no ensino infantil municipal neste ano, com praticamente a mesma estrutura.
A prefeitura fez com que parte das crianças pulasse uma etapa (popularmente conhecida como série), para ser acomodada em turmas em que a legislação permite mais alunos no mesmo espaço.
Com a manobra, o número de alunos atendidos cresceu 10% em um ano, enquanto a quantidade de turmas subiu apenas 6% no período
