Foz do Iguaçu Após muita polêmica e pressão popular, o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), decidiu ontem vetar o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores que alteraria a grafia do nome da cidade para Foz do Iguassu. A decisão de Ghisi foi influenciada pelo resultado de uma pesquisa popular na qual 91,31% das 4.108 pessoas consultadas foram contra a mudança. O projeto agora voltará à Câmara de Vereadores para uma nova votação.
"Como representante do povo, eu não poderia fazer uma coisa contrária a essa ampla maioria", diz Ghisi. O prefeito disse que é a favor da mudança, mas prefere respeitar a decisão popular. Segundo ele, o principal argumento usado pelas pessoas contrárias à idéia foi o de que o projeto era voltado para atender o estrangeiro e por isso a mudança não se justificava. "O argumento esbarrou no bairrismo e no nacionalismo", diz.
Para o prefeito, a discussão em torno da lei foi válida porque a cidade acabou gerando um debate nacional. Escritores, lingüistas, filólogos e até hackers enviaram mensagens à prefeitura apresentando suas opiniões. A fim de não deixar de contribuir para o setor turístico da cidade, que há 20 anos usa a terminologia Destino Iguassu para divulgar o município, a prefeitura está estudando alternativas tecnológicas. O objetivo é implementar um sistema na internet para que os turistas de 146 dos 198 países do mundo que não adotam o "cê-cedilha" encontrem Foz do Iguaçu sem dificuldades.
Debate continua
Apesar do Iguassu ter sido vetado pelo prefeito, a polêmica continuará na Câmara de Vereadores. O autor do projeto, vereador Djalma Pastorello (PSDB), diz que vai continuar trabalhando a favor da aprovação da proposta. "Vou fazer lobby para derrubar o veto do prefeito", diz. Pastorello calcula que se a votação fosse hoje, oito vereadores votariam para derrubar o veto, contra seis contrários à mudança.
Pastorello diz que esperava a sanção do projeto pelo prefeito porque ele sempre foi um entusiasta da idéia, mas concorda que o chefe do executivo acabou sendo politicamente correto na decisão.
A lei deve ser discutida na câmara em dezembro. Caso o veto seja derrubado, o projeto voltará para o prefeito, que já se posicionou contrário a uma nova sanção. Neste caso, caberá ao presidente da câmara, Carlos Budel (PTB), promulgar ou não a lei. Se ele for favorável, o nome de Foz passará a ser escrito com dois "s". Mas se o veto do prefeito for mantido, o projeto será arquivado.
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