Cornélio Procópio – Construída na década de 30, a estrada de ferro que corta o Norte Pioneiro trocou o transporte da riqueza agrícola do estado por transtornos nos perímetros urbanos. Pelo menos é essa a avaliação do prefeito de Cornélio Procópio, Amin José Hannouche (PDT). Segundo ele, a falta de um plano de readequação do traçado diante do crescimento das cidades complicou o trânsito e colocou a população em risco, além de impedir o desenvolvimento de projetos urbanos no município. "Por causa da linha de trem, a prefeitura está encontrando dificuldades na definição do plano diretor, que precisa ser implantado já no ano que vem", justifica.

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Para tentar contornar o problema, Hannouche já enviou notificação à América Latina Logística (ALL), concessionária que administra da linha, pedindo a mudança do traçado da linha férrea que corta o perímetro urbano.

Em Cornélio Procópio, assim como em outras cidades no Norte Pioneiro, a estrada de ferro divide a cidade. No centro, o trânsito nas principais avenidas pára porque as composições que chegam às antigas estações demoram muito tempo para abastecer ou fazer a troca de peças. As composições cruzam a cidade pelo menos quatro vezes ao dia. "Tenho recebido diversas reclamações envolvendo a empresa. As maiores queixas da população recaem sobre o tempo em que as máquinas permanecem paradas na cidade. Em muitos casos, impacientes, algumas pessoas saltam os vagões e se expõem ao perigo", conta Hannouche.

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O prefeito também anunciou que vai cobrar os valores retroativos referentes ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). "Vamos buscar o nosso direito dentro da lei. É uma cobrança justa porque a ALL utiliza um espaço como qualquer outra empresa dentro do município, recebe melhorias da prefeitura em toda a extensão da sua via e não é certo que deixe de pagar o tributo devido", justifica.

Além de Cornélio Procópio, a população de Arapoti, na região dos Campos Gerais, também quer a retirada dos trilhos do centro da cidade. O prefeito Luis Fernando de Masi (PSDB) é um dos incentivadores da idéia. Ele acredita que no espaço ocupado pelos trilhos, do desativado ramal Jacarezinho/Jaguariaíva, pode ser construído um centro de lazer.