Uma lista com os nomes de 229 prefeitos paranaenses, divulgada nesta terça-feira (25) pelo PMDB, irritou os adversários do governador Roberto Requião nas eleições 2006. Esses administradores municipais 57% do total teriam assinado um manifesto em prol da reeleição. Como 87 deles não são do partido de Requião, o documento atiçou a ira dos concorrentes, que acusam os prefeitos de infidelidade partidária e o PMDB de usar a influência do governo para coagi-los.
O manifesto intitulado "Porque apoiamos Requião" diz que os prefeitos estão do lado do governador porque ele "tem palavra". "Disse que ia fazer um governo voltado para a nossa gente, especialmente para os mais pobres. E cumpriu", afirma o documento.
O presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, declarou nesta terça que não houve pressão como ameaça de corte de recursos por parte do governo na busca de adesões nos municípios. "Os prefeitos reconhecem as ações requianistas em benefícios das cidades e da população", disse ele.
Para o candidato ao governo Rubens Bueno (PPS), muitos prefeitos assinaram o documento pressionados, mas na prática não apoiarão o governador. Dos 220 prefeitos listados no documento, 15 deveriam apoiar a coligação de Rubens 13 são do PPS e 2 do PFL. "Fui procurado por prefeitos do PPS que assinaram o documento. Muitos me disseram que assinaram mediante coação."
Segundo ele, não haverá retaliação aos prefeitos por infidelidade partidária. "Examinaremos com calma cada assunto. E o que vale não é manifesto, mas sim, votos nas urnas", disse Rubens Bueno. Ele lembra que, em 1982, os ex-governador José Richa venceu a eleição com o apoio oficial de apenas um prefeito e, em 1994 Jaime Lerner tinha ao seu lado apenas seis administradores municipais. "Confio que a população dará mais uma lição e acabará com essa prostituição política. Não pode haver essa pressão de governo autoritário e prepotente, que violenta a prática política."