A queda no número de passageiros nos ônibus de Curitiba é mais um fator que tende a elevar o valor da tarifa técnica do sistema. De acordo com uma planilha a que a reportagem teve acesso, a Urbs estaria trabalhando com o uma projeção de 18,8 milhões passageiros pagantes para 2015. Uma queda de 721,8 mil em relação a 2014, quando a estimativa foi de 19,5 milhões de passageiros. Esses números são utilizados pela Urbs para definir o valor que deve repassar para as empresas de transporte por cada passageiro.
Atraso de sete meses
A tarifa técnica para o sistema de transporte de Curitiba deveria ter sido revista em fevereiro deste ano, mas até agora nada saiu. Atualmente, ela está em R$ 2,93 e mensalmente é complementada por repasses da prefeitura. O valor adicional vem dos R$ 0,37 a mais que o usuário paga. O dinheiro é direcionado ao pagamento de motoristas e cobradores.
Para fazer esse cálculo, os técnicos dividem o número de passageiros pagantes pela quilometragem média mês. Assim, se chega a um indicador chamado IPK (Índice de Passageiros Transportados por Quilômetro rodado). O valor final da tarifa é resultado da divisão do custo do transporte a cada quilômetro pelo IPK. Dessa forma, quanto maior o índice, menor será o custo da tarifa.
Para 2015, a projeção seria de um IPK de 2,1947. Em 2014, esse índice para as linhas urbanas foi de 2,2466. O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, afirma que a redução no IPK não é resultado apenas da queda no total de passageiros. “Leva em consideração um calendário dinâmico, com feriados as vezes mais longos e período de férias”, diz.
A queda na quantidade de passageiros pagantes no sistema de transporte é um problema conhecido há tempo. De 2010 para cá, apenas em 2013 houve um aumento no IPK – que chegou a 2,27. Gregório ressalta que esse é um problema nacional e tem relação com a necessidade da promoção de políticas para desestimular o uso de carros. Em 1999, o IPK nacional chegou a 1,75 – um patamar considerado muito baixo.
Disputa jurídica
A planilha da Urbs que prevê menos passageiros pagantes para 2015, também estabelece o custo de R$ 3,40 para a tarifa técnica. Esse é justamente o valor requisitado pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) na ação em que exigem a elevação do repasse por passageiro feito pela prefeitura.
Segundo Gregório, os R$ 3,40 foram cogitados na perspectiva de um acordo, com as empresas abrindo mão de ações judiciais. Como isso não ocorreu, a prefeitura avalia valores diferentes e estaria trabalhando “sob a luz de outros parâmetros”, segundo Gregório.
As empresas, por sua vez, têm pressa. O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, Maurício Gulin, reclama que, mesmo com os repasses adicionais feitos pela prefeitura, o dinheiro não tem sido suficiente para manter os custos das empresas. “O sistema não trabalha apenas com mão de obra. Temos gastos com combustível, carros, equipamentos. Essa planilha tem de ser revista o quanto antes”, diz Gulin, para quem não cabe mais negociação.
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