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Prefeitura de Foz renuncia à gestão do hospital e busca recursos para não fechar

 | Christian Rizzi/Arquivo / Gazeta do Povo
(Foto: Christian Rizzi/Arquivo / Gazeta do Povo)

O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, no Oeste, poderá fechar as suas portas por falta de recursos ainda em 2016. O alerta foi dado pela prefeita interina Ivone Barofaldi (PSDB) nesta sexta-feira (4) durante uma entrevista coletiva. Segundo a prefeita, o orçamento anual previsto para o setor, de R$ 204 milhões, já foi gasto e ainda foi necessário o remanejamento de recursos de outras secretarias para conseguir cobrir as despesas da área.

A prefeita disse que já enviou um ofício ao governo estadual renunciando à gestão plena da saúde. Na próxima terça-feira (8), ela se reunirá com representantes do governo e da Secretaria da Saúde, em Curitiba, para tentar negociar o repasse de R$ 20 milhões, necessário para a manutenção dos serviços até o final deste ano. “Ou eles [governo estadual e União] erguem o teto do município ou assumem o hospital. Caso não aceitem, corremos o risco de fechar”, disse.

Com a renúncia desse modelo de gestão, a responsabilidade dos serviços do Hospital Municipal seria redirecionada ao Estado ou União, e caberia ao município a manutenção dos postos de saúde, Unidades de Pronto Atendimento e Pronto Socorro.

A principal reivindicação é de que os recursos repassados pelos governos estadual e federal não estariam sendo suficientes para atender ao alto volume de atendimentos prestados no local, referente a pacientes de Foz e de outros oito municípios pertencentes à 9.ª Regional de Saúde. “O Governo e a União precisam assumir o papel deles. Desde 2010, recebemos os mesmos repasses. Já estamos em 2016 e não é possível que o município sempre tenha que arcar com essa diferença”, explicou a prefeita.

Para amenizar a situação, desde novembro do ano passado o governo estadual já fez um repasse que soma R$ 23,1 milhões, mas não teria sido o suficiente. De acordo com o economista José Borges Bonfim Filho, entre 2011 e 2016 a insuficiência financeira acumulada pelo município ultrapassa os R$ 625 milhões – atualmente, mais de R$ 780 milhões.

Segundo a secretária municipal da Saúde, Patrícia Foster, os atendimentos ainda não foram prejudicados e a situação não deve ser resolvida apenas de maneira momentânea. “Não adianta receber socorros aleatórios em determinados momentos. O que precisamos é ter subsistência com os nossos recursos”. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu anunciou que o pagamento dos médicos do Hospital Municipal referente aos meses de junho, julho, agosto e setembro está liberado. Atualmente, o hospital conta com 189 leitos, 25 UTIs. No local, são realizados cerca de 7 mil atendimentos laboratoriais por mês.

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