A Prefeitura de São Paulo suspendeu por tempo indeterminado a licitação de 15 importantes obras para o transporte público, entre terminais rodoviários e corredores de ônibus. O adiamento da sessão que ocorreria na quinta-feira (27) deve-se a uma notificação do Ministério Público Estadual (MPE) que quer barrar uma das obras licitadas: o Terminal Rodoviário da Vila Sônia, na zona oeste.
A alegação da promotoria é de que a rodoviária, rejeitada pela vizinhança, faz parte da Operação Urbana da Vila Sônia, barrada na Justiça por falta de participação popular em seu planejamento. Como a Justiça está em recesso até o dia 7 de janeiro, depois da data prevista para a abertura das propostas comerciais da licitação, o promotor Maurício Ribeiro Lopes notificou a São Paulo Obras (SPObras) para informá-la de que o processo não poderia ser realizado antes da manifestação judicial.
Além do Terminal Vila Sônia, o pacote de mobilidade urbana suspenso inclui as Rodoviárias de Parelheiros, Jardim Ângela e Itaquera. A suspensão abrange 68,5 quilômetros de corredores de ônibus - 3,3 km na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini.
A construção dos corredores e dos terminais estavam entre as metas do prefeito Gilberto Kassab (PSD). O fato de as obras não terem saído do papel serviu de artilharia contra o candidato apoiado por Kassab, José Serra (PSDB), que acabou perdendo a disputa para o petista Fernando Haddad (PT). Em sua gestão, o petista promete construir um total de 150 km de corredores.
A região mais prejudicada pela demora na construção dos corredores é a zona leste. Só na Radial Leste deveriam ter sido feitos 17 km de vias exclusivas para ônibus - mais 14 km na Avenida Aricanduva e 2 km em Itaquera.
Na região sul, além da Berrini, deveriam ter sido construídos um sistema viário de 12 km, do Capão Redondo até a Vila Sônia, e o Binário Santo Amaro, interligação dos corredores de ônibus que atendem à região sul.
Sem resposta
Contatada na sexta-feira (21) e novamente no domingo (23), a Prefeitura afirmou que não comentaria o pedido do MP e a suspensão das licitações. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo concedida antes da suspensão dos editais, o prefeito afirmou que "dificuldades" impediram que a Prefeitura avançasse o previsto nos corredores. "Nós não estamos na estaca zero dos corredores. Nós já avançamos 30%, 40%", disse Kassab. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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