A remoção de 37 árvores e a poda de outras 80 na Rua Schiller, no Jardim Ambiental do Alto da XV, em Curitiba, tem desagradado alguns moradores da região. O corte e a reposição das plantas estão sendo feitos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), como parte da revitalização da arborização da área. No lugar das árvores removidas (que representa 17% do total) serão plantadas 70 mudas de pau-ferro, espécie que se adapta bem aos padrões urbanos.
Moradora do bairro há 12 anos, a engenheira civil Maria do Carmo Silva disse estar surpresa com a remoção. "Não estava sabendo de nada. Eram árvores grandes e saudáveis, que não ofereciam perigo nenhum, e estão sendo cortadas. Antes de fazer isso eles [prefeitura] deveriam ver o que o povo daqui quer". Ela também questiona o método das podas. "Em vez de rebaixarem, cortam muitos galhos e deixam as pragas do mesmo jeito. Não tem sentido. Quem fez isso certamente não gosta de árvore".
A chefe da divisão de licenciamento ambiental da SMMA, Erica Mielke, afirma que foram feitas abordagens na Schiller e em ruas do entorno explicando a situação. "A educação ambiental esclareceu a ação e informou que outras árvores seriam plantadas. A aceitação da população foi positiva." A síndica do condomínio Jardim Esmeralda, que fica na Schiller, Lerique Geronasso, conta que os moradores do prédio foram alertados. "Se estava para cair, é perigoso mesmo. Desde que plantem outras é algo positivo para o bairro".
Erica ainda esclarece que o estudo no local foi feito desde o início do ano, com a supervisão de engenheiros florestais e o acompanhamento do Ministério Público (MP). Os critérios para o corte são o risco de queda. "O engenheiro foi a campo e marcou todas as árvores que deveriam ser podadas ou removidas, independente do porte. Nosso embasamento é totalmente técnico e alguns moradores já haviam solicitado a poda. O rebaixamento é feito em casos específicos, quando queremos restaurar a árvore", explica.
O presidente da Associação de Moradores do Alto da XV, Ilton Lazarini, afirma que nenhum pedido para remoção de árvores partiu da associação ou do conselho de segurança do bairro. "Nunca pedimos que as árvores fossem tiradas, mas se a prefeitura irá plantar outras mudas no lugar, ficamos mais tranquilos". De acordo com a SMMA, a ação está embasada em laudos técnicos e os trabalhos devem ser encerrados até o dia 3 de setembro.
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