Depois de comemorar o recorde de público da Cordão do Bola Preta, que desfilou com cerca de 2 milhões de foliões, no centro do Rio de Janeiro, no sábado de carnaval, o prefeito Eduardo Paes reconheceu que o carnaval de rua carioca "está no limite". Paes prometeu regras mais rígidas para o que chamou de blocos comerciais, avisando que vai afastá-los da zona sul da capital fluminense. Na região, a prioridade será para as agremiações tradicionais e a festa espontânea da população do Rio de Janeiro, afirmou.

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"Não tem por que autorizar esse blocos que vêm tocar axé music. Não entra mais ninguém nessa festa, a não ser manifestações espontâneas das pessoas na cidade. Esses blocos comerciais que nós identificamos vão levar um chega-pra-lá. Na zona sul, devem desfilar os blocos tradicionais", afirmou o prefeito, que descartou qualquer hipótese de criar um espaço específico novo para apresentação dos grupos carnavalescos de rua.

Entre os problemas registrados no carnaval de 2011 no Rio, destacaram-se o amplo uso das ruas como mictório - até domingo, por urinar na via pública, foram presas 555 pessoas, mais do que em todo o carnaval de 2010 -, danos contra canteiros de plantas, portarias de prédio e veículos, congestionamentos de tráfego e tumultos em estações do metrô. Para o prefeito, porém, "o carnaval de rua é um grande sucesso", embora não pretenda instituir novos espaços oficiais.

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"É óbvio que a gente está no limite. Mas não vou criar um corredor de bloco nesta cidade. Todo tipo de coisa que for 'forçação' de barra, ou seja, pegar todo mundo e levar para o mesmo lugar, criar camarote para bloco, nada disso será feito", garantiu.

O prefeito informou que chamará ao Rio no ano que vem uma equipe do Guinness Book para aferir se o Bola Preta ultrapassou o Galo da Madrugada, de Recife, em número de foliões. "O Bola Preta deu uma chinelada no Galo da Madrugada, que está cocoricando mal cocoricado até agora", brincou. O Galo ostenta o título de maior bloco carnavalesco do mundo.

Paes chegou ao sambódromo na noite de domingo, para assistir ao desfile do Grupo Especial, antes da apresentação da primeira escola, São Clemente, e saiu depois da passagem da Mangueira, a última a se apresentar na primeira noite. O prefeito desfilou na bateria da Portela, sua escola. Paes, vascaíno, esperou que o jogador Ronaldinho Gaúcho passasse a caminho da concentração portelense e se juntou ao grupo do craque rubro-negro, que estava cercado de seguranças e causou frisson por onde passou.

Eduardo Paes tocou agogô e estava à vontade no meio dos ritmistas, apesar da dificuldade para acompanhar as paradinhas. O prefeito dispensou a fantasia dos integrantes da bateria e desfilou de terno azul.

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