A mobilização nacional dos estudantes para reivindicar passe livre nos ônibus reuniu 1.500 estudantes em Curitiba, de acordo com estimativa da Polícia Militar. Em outras 40 cidades do país (20 delas capitais), aproximadamente 110 mil alunos se manifestaram, na manhã de ontem, em torno da gratuidade no transporte coletivo. Na capital paranaense, a marcha partiu da Praça Santos Andrade em direção à prefeitura, onde um grupo de dez estudantes foi recebido pelo prefeito Beto Richa.

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Na audiência, ficou acertada a criação de uma comissão com representantes dos alunos e do poder público municipal para discutir o assunto, principalmente a ampliação dos beneficiários do passe escolar ou meia passagem. O governo do estado será convidado a fazer parte das discussões.

"O debate tem de ser estendido aos governos estadual e federal também", afirma Richa. Segundo o prefeito, a oferta de ensino fundamental nas escolas municipais é feita em locais próximos de onde os estudantes moram. "Não podemos garantir sozinhos acesso ao ensino médio nas escolas estaduais", diz.

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Sobre o convite para o governo estadual fazer parte da comissão, o diretor de transportes da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Gilberto Parin, preferiu não se pronunciar, por enquanto. "Não podemos dizer nada porque ainda não fomos convidados oficialmente", afirma. O secretário de Governo Municipal, Maurício Sá de Ferrante, comprometeu-se a acertar os detalhes para a organização da comissão e marcar a primeira reunião.

"Nossa primeira vitória é termos sido recebidos pelo prefeito", avalia a presidente da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES), Sara Cavalcanti, 22 anos. "A discussão nacional é pelo passe livre, mas nos adequamos à realidade do local. Aqui, reivindicamos a meia passagem para todos os estudantes e defendemos a manutenção da tarifa atual", explica o diretor da executiva da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Ismael Cardoso, 19 anos.

Atualmente, apenas 17 mil alunos são beneficiários do sistema de meia passagem, o que representa menos de 5% de todos os estudantes usuários de transporte público, de acordo com as entidades estudantis.