Batismo
Vários rios e córregos da cidade ainda não possuem nome. A secretaria espera nomear todos a fim de criar um senso de pertencimento por parte da população. Ainda não está definida a forma como isto será feito, uma vez que a nomenclatura e registro de rios são de responsabilidade estadual e da União.
De rio em rio, as equipes da secretaria do Meio Ambiente de Curitiba estão buscando monitorar o nível de poluição das águas da cidade. As visitas fazem parte do Programa de Despoluição Hídrica (PDH), iniciado na primeira semana de maio. Para executar o projeto, os 214 rios que passam pela cidade foram classificados em sub-bacias, sendo 123 delas exclusivas do território curitibano.
Estão na mira das equipes principalmente as ligações irregulares de esgoto. "A intenção não é multar as pessoas ou a concessionária [Sanepar], mas sim mudar a tendência e educar a população", diz o secretário municipal do Meio Ambiente, Renato Lima. Quem for responsabilizado vai ser notificado e tem prazo para regularizar a situação, que varia de acordo com a gravidade do caso. Caso não cumpra, fica sujeito a multa. Através do monitoramento de cada córrego, o projeto tem o objetivo de gerar uma despoluição em efeito cascata nos rios maiores e nas grandes bacias.
As residências na divisa dos bairros do Xaxim, Hauer e Boqueirão, onde passa o córrego Tapajós, são as primeiras a receber as vistorias. São 12 pessoas divididas em seis equipes com a meta de realizar aproximadamente 2,4 mil inspeções por mês. Um mês também é o prazo médio em cada sub-bacia.
Para iniciar o programa, os três primeiros córregos escolhidos (Tapajós, Duque de Caxias e Gava) vão servir como piloto para atuação nos demais. A prefeitura já possui um mapeamento da rede pública de esgoto feito a partir de um banco de dados próprio em conjunto com a Sanepar, produzido ao longo dos anos. "Vamos verificar a confiabilidade dos dados que temos para planejar as ações nas próximas [sub-bacias]", explica Roygler Hartmann, gerente de fiscalização do departamento de Recursos Hídricos e Saneamento. Muitos desses dados são antigos, com mais de 10 ou 15 anos. "Uma edícula que o dono constrói, por exemplo, pode desconfigurar um imóvel que para nós está correto", finaliza.
Se as primeiras visitas mostrarem que as casas que constam como regulares estão mesmo adequadas, as equipes podem se concentrar somente nos imóveis irregulares. A secretaria estima que 30% de todos os lotes com acesso à rede coletora de esgoto não estejam despejando os dejetos nos locais corretos. Segundo a Sanepar este índice é de 13%.
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