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Ciclofaixa improvisada foi protesto realizado no Dia Sem Carro, há dois anos | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Ciclofaixa improvisada foi protesto realizado no Dia Sem Carro, há dois anos| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

A reunião entre integrantes da prefeitura de Curitiba e ciclistas do grupo Bicicletada de Curitiba, na tarde desta terça-feira (3), não teve muitos avanços. O principal pedido do grupo não foi atendido. Eles queriam a anulação da multa aplicada pela prefeitura a três ciclistas, que pintaram uma ciclofaixa em 2007, na Avenida Augusto Stresser, no bairro Alto da Glória. O secretário de governo, Rui Hara, um representante do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e uma procuradora da Procuradoria-Geral do Município (PGM) conversaram com os ciclistas durante cerca de duas horas na tarde desta terça-feira.

"O parecer final deles é que não podem voltar atrás da decisão da multa. A multa continua em dívida ativa", afirmou Jorge Brand, participante da Bicicletada, e um dos três multados pela prefeitura em 2007. Além de Brand, Fernando Rosenbaum e Juan Parada respondem a um processo administrativo e precisam pagar a multa.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) encara a pintura da ciclofaixa em 2007 como um ato de vandalismo, de pichação. Segundo Brand, o valor da multa está em quase mil reais para cada um dos ciclistas. "Mostramos um estudo para a prefeitura que, com o valor cobrado, daria para pintar 300 metros de ciclofaixa na cidade", disse.

Segundo a procuradora da PGM, a prefeitura não tem nenhum mecanismo legal para diminuir a multa ou fazer a anistia da cobrança, pois o prefeito poderia receber uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) se fizesse isso. Brand afirmou que o grupo tentará colher dinheiro entre os amigos para fazer o pagamento da multa. O ciclista disse que nenhum dado novo foi apresentado na reunião.

"A prefeitura diz que tem planos, projetos, mas o ciclista continua desamparado. São buracos em ciclovias, desníveis em cruzamentos, detalhes que bastaria uma ação política da prefeitura", argumentou.

Por outro lado, a prefeitura afirma que foram tratadas propostas de mobilidade com os ciclistas. O grupo Bicicletada se dispôs a colaborar e quer discutir junto com a prefeitura o plano diretor cicloviário, que será implantado na cidade. Os ciclistas vão levar uma proposta com o roteiro das principais rotas utilizadas por eles para chegarem aos campi da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A prefeitura se comprometeu a estudar e colocar as sugestões no plano diretor.

A prefeitura quer fechar o plano diretor cicloviário até o fim do ano. Depois o documento será aberto à discussão com a população. Mesmo sem o cancelamento da multa, Jorge Brand acredita que desde 2007 a bicicleta entrou na pauta de discussões da cidade. "Chamamos a atenção para o transporte. A bicicleta tem um manto de invisibilidade. Os motoristas não a veem e as autoridades também não", definiu.

Multa

Em 2007, um grupo de 50 pessoas participou da pintura da ciclofaixa em um dos lados da Avenida Augusto Stresser, na altura do número 200, no bairro Alto da Glória. A pintura foi em uma quadra inteira. A manifestação foi por causa do Dia Mundial Sem Carro, mas somente três ciclistas foram autuados, Jorge Brand, Fernando Rosenbaum e Juan Parada.

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