O Hotel Caveira, como ficou conhecida a estrutura abandonada de um prédio de dois andares localizado na esquina da Rua João Antônio Kupp com a BR-476, deverá ser demolido até o fim do mês, segundo Juliano Borghetti, administrador da Regional Pinheirinho da prefeitura de Curitiba. O prédio, que fica na Vila Pluma, no bairro Pinheirinho, não tem tetos ou janelas, está cercado de entulhos e lixo e já foi interditado pela Defesa Civil.
O local é habitado por cerca de 20 pessoas, entre homens e mulheres. A reportagem da Gazeta do Povo esteve ontem no Hotel Caveira. Ao avistar o carro, algumas mulheres correram para dentro do prédio. Minutos depois, o carro passou novamente pelo local. Nesse momento, cerca de dez homens aglomeravam-se ao lado da construção abandonada, bebendo e cantando.
Os moradores da região dizem que o local abriga assaltantes, traficantes, usuários de drogas e garotas de programa. "O trânsito de pessoas é intenso. Eles ficam um tempo ali, vão embora e voltam", diz um comerciante da Vila Pluma, que prefere não se identificar. De acordo com ele, o local é usado para programas sexuais e para a venda de drogas, principalmente crack. "À noite aquilo fica cheio. É um entra-e-sai constante. É gente vendendo drogas, marcando programa." Segundo o comerciante, os assaltos também são comuns. "Eles não incomodam muito os moradores daqui. Mas se a pessoa estiver passando de bobeira, eles levam tudo."
O presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Pinheirinho, Celso Siqueira, diz que o local é o mais perigoso de toda a região sul de Curitiba. "A criminalidade está concentrada ali, em torno daquela casa abandonada." Para ele, a demolição resolveria apenas parte do problema. "É uma área de invasão e teria de ser feito um processo de regularização fundiária", diz.
O prédio em que funciona o Hotel Caveira tem sido a casa de moradores de rua há cerca de dois anos. Segundo a Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba, as primeiras famílias que residiam no local foram transferidas e estão morando em condomínios da Cohab. Foi depois disso que o local ganhou o apelido de "Hotel Caveira". "Antes tinha famílias ali. Agora não tem família mais. É só gente perigosa", atesta Siqueira.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar afirmou que iria preparar um levantamento das ocorrências no local. Os números, no entanto, só seriam conhecidos hoje. Por meio de sua assessoria, a FAS ressaltou que realiza abordagens periódicas no local, em parceria com a Polícia Militar, mas que os agentes não podem forçar a ida dos moradores para os albergues da cidade.
De acordo com Borghetti, a prefeitura estava impedida de agir, já que o prédio integraria o espólio de um antigo morador local, já falecido. "Intermediamos um contato entre empresários vizinhos ao Hotel Caveira e o advogado que cuida do espólio e conseguimos com ele a autorização para a demolição", ressalta. A demolição deverá ser bancada por empresários locais, em parceria com a prefeitura.
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