Prefeitura quer recolher veículo dos campeões de multas de trânsito em SP

A gestão Fernando Haddad (PT) declarou guerra aos motoristas campeões de infrações em São Paulo.

Além do reforço da fiscalização com mais radares e mais agentes – o que aumentou o número de multas neste ano–, a próxima ação preparada pela equipe de trânsito do prefeito é perseguir motoristas infratores que circulam pela cidade de forma ilegal e apreender seus veículos.

“São muitas vezes empresas ou até algumas pessoas que já receberam muitas multas. Aí ela para de pagar e de regularizar o veículo e dirige ‘até me pegarem’. Não ligam para o radar, não ligam para o marronzinho, fazem o que querem. Isso é muito perigoso para a cidade”, afirmou o secretário Jilmar Tatto nesta segunda-feira (21).

Segundo o secretário, a prefeitura fez um levantamento das placas de veículos que cometem mais infrações na cidade e identificou que 5% dos carros receberam mais da metade das multas no ano passado.

“Esses 5% nós estamos identificando. Estou falando de dezenas, centenas, milhares de multas. Esta pessoa não pode circular na cidade de São Paulo, ela está colocando em risco a vida dela e de todos”, diz.

Para chegar a essas pessoas, a lista de placas foi cruzada com dados de radares inteligentes, com tecnologia capaz de ler e armazenar as placas dos veículos.

Com isso, a gestão conseguiu identificar a rotina dos veículos fujões -rotas e horários mais usados.

Segundo Tatto, a ideia é realizar blitz ou então fazer uma espécie de emboscada: esperar o motorista passar e acompanhá-lo até seu destino para fazer a abordagem.

Atualmente apenas a Polícia Militar tem competência legal para fazer as abordagens. Mas, de acordo com o secretário, uma nova lei permite que o trabalho seja feito pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) desde que seja firmado convênio com a Secretaria Estadual da Segurança Pública.

Tatto diz que o pedido de convênio já foi enviado ao secretário Alexandre de Moraes. E a prefeitura tem pressa: já elaborou inclusive com uma minuta do texto do convênio.

“Enquanto isso não acontece, não vem essa autorização, estamos conversando com o CPTran [Comando de Policiamento de Trânsito] da Polícia Militar para nós fazermos operações para pegar esses veículos, essas pessoas que estão andando na cidade. Nós já identificamos e sabemos as rotas deles, então esse é um trabalho que nós vamos fazer no sentido de aumentar a fiscalização”, disse.