Em decisão inédita, a Pre­feitura Municipal de Curi­tiba decidiu interpelar judicialmente uma cidadã que acusou o Zoológico de Curitiba de deixar faltar comida para os animais. A afirmação, feita através de uma postagem no Facebook no último sábado, dizia que os funcionários do parque fizeram uma "vaquinha" para comprar 180 quilos de carne para o leão e que outros animais estavam sendo alimentados com restos provenientes do Ceasa. O post teve mais de 8,7 mil compartilhamentos até o fechamento desta reportagem.

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Segundo Marcos Gio­va­nella, diretor de Mídias Sociais e Internet da prefeitura, a intenção com a medida é mostrar que existe abertura para o diálogo, mas que acusações infundadas não devem ser disseminadas de forma irrestrita nas redes sociais. "Se nós deixarmos que esse tipo de irresponsabilidade continue, vai virar um caos", afirma Giovanella. "Mesmo que ela faça uma postagem de retratação, nunca terá o mesmo alcance", completa.

A decisão em processar a cidadã foi tomada a partir de uma reunião entre as Secretarias de Meio Ambiente, de Comunicação Social, Departamento Jurídico e do Gabinete do prefeito Gustavo Fruet.

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Alexander Biondo, diretor do departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ressalta que a denúncia foi grave. "Uma coisa é criticar o SUS, por exemplo. Outra é dizer que os médicos do SUS mataram alguém", diz.

A reportagem da Gazeta do Povo foi até o Zoológico ontem para verificar a possível falta de comida, mas não constatou problemas com a alimentação dos animais. Nenhum dos funcionários ouvidos pela reportagem confirmou a "vaquinha" para compra de carne para o leão.

A bióloga, Tereza Cristina Castellano Margarido, chefe de divisão do Zoológico, diz que são gastos cerca de R$ 70 mil por mês com alimentação e que 800 quilos de comida, entre grãos, frutas e carnes, saem diariamente da cozinha do local. Segundo ela, não ocorreu nenhum problema com a empresa que realiza a entrega da carne no Zoológico.

Outro lado

A cidadã que deve ser processada pela prefeitura conversou com a reportagem da Gazeta do Povo e afirmou que ainda não foi notificada oficialmente sobre o caso. Segundo ela, as acusações sobre a "vaquinha" partiram dos próprios funcionários do Zoológico e que ela apenas transmitiu a denúncia nas redes sociais.

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