Maringá é a terceira cidade mais populosa do Paraná. Foz do Iguaçu, a quarta. As duas correm para fazer até o fim do ano a licitação exigida por lei. As duas cidades prometem, além de realizar a concorrência, oferecer melhoras no serviço.
Em Foz, quatro empresas transportam 60 mil passageiros por dia. A prefeitura está preparando o edital de licitação, que deve ficar pronto em 60 dias. Os detalhes, como o valor, ainda não foram definidos. Segundo o diretor superintendente do setor de transportes de Foz do Iguaçu, Ailton José de Faria, o que se pretende é fazer um estudo completo da malha viária.
Em Maringá, uma única empresa transporta 2,9 milhões de passageiros. Antes de abrir licitação, a prefeitura pretende fazer um estudo sobre o setor. "Esse trabalho vai analisar toda a demanda do transporte coletivo, as perspectivas do novo sistema e aí poderemos definir se vamos ter um, dois ou três lotes na licitação" comenta o prefeito Silvio Barros (PP).
Lobby
Na opinião do ex-diretor da Urbs e especialista em transporte público João Carlos Cascaes, o Ministério Público deve controlar as concessões, já que o lobby das empresas é "muito forte" e que a população deve opinar sobre o transporte coletivo. "O trânsito em Curitiba mata mais que o terremoto do Chile. Então, é preciso discutir as mudanças do transporte coletivo integradas ao planejamento da cidade para reduzir essa violência em torno da mobilidade", comenta.
O ideal, segundo o consultor e professor de Engenharia de Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Garrone Reck, é que as prefeituras dessem mais transparência ao processo de escolha das empresas de transporte coletivo e que a população se interessasse pelo tema. "As pessoas aceitam melhor o serviço quando passam a entendê-lo melhor, porque o transporte coletivo urbano não pode ser nenhuma caixa-preta", completa.
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