Após as tentativas frustradas da Comec – vinculada ao governo do estado – de resolver os problemas causados em Araucária com a desintegração do transporte coletivo, as prefeituras de Araucária e Curitiba começaram uma negociação, nesta quarta-feira (15) , para tentar fazer uma integração própria. Com iniciativa da cidade metropolitana, o diálogo entre a capital e o município vizinho pretende chegar a soluções para o problema que os usuários do transporte coletivo enfrentam – como o pagamento de duas passagens pelos araucarienses que se deslocam a Curitiba. Também visa a uma possível volta de linhas que deixaram de circular recentemente. Nesta semana, esses problemas, somados ao fato de o cartão da Urbs ter deixado de ser aceito nos terminais da RMC, causaram a revolta dos passageiros Na segunda, houve protestos e depredação de ônibus em Araucária.
Após tumultos, Omar Akel põe cargo a disposição
Em reunião no Palácio Iguaçu, Akel disse que caso seu nome esteja causando dificuldades na negociação com a prefeitura de Curitiba, no caso do ônibus, está pronto a se retirar
Leia a matéria completaMais um dia de confusão
- Antonio Senkovski
Nesta quarta-feira (15), a briga entre Comec e Urbs teve mais um capítulo. Motivada pelos protestos recentes em Araucária, a Comec criou uma linha para levar passageiros da cidade metropolitana até o terminal da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). No entanto, o ônibus começou a circular sem a autorização da Urbs – responsável pelo Terminal CIC. Esta última disse que não há condições de mais um ônibus parar na CIC, além de não haver ligeirinhos ou biarticulados para levar grande número de usuários. A Urbs diz que tinha oferecido o terminal Pinheirinho para a Comec operar a linha, onde há condições físicas para receber a demanda extra. A Comec retirou de circulação o ônibus horas depois do início da operação. O diretor da Comec Omar Akel disse então que a negociação agora ocorre entre prefeituras para chegar a uma “integração direta” e que a Comec só vai intervir no caso de fracasso das conversas entre os dois municípios.
O prefeito de Araucária, Olizandro José Ferreira (PMDB), relatou que determinou à Companhia Municipal de Transporte Coletivo Araucária (CTMC) – o equivalente à Urbs em Curitiba – que seja feita rapidamente uma proposta para reintegrar o sistema de transporte entre as duas cidades. O político diz que ainda é cedo para dizer qual será o modelo, mas, para ele, a alternativa sai até o fim da semana. “O povo não tem e não deve mesmo ter mais paciência. Enquanto a Urbs e a Comec mantiverem o distanciamento, quem vai pagar são os municípios metropolitanos. Agora sou eu, mas daqui a pouco vai ser Campo Largo, Fazenda Rio Grande [etc]. Precisamos de uma proposta verdadeira de integração metropolitana”, reclama.
Olizandro explica que a proposta a ser construída entre CTMC e Urbs pode não ser nos moldes do que era antes, mas garante que se chegará a um ponto comum. “Posso fazer um acordo, chegar lá e dizer: ‘eu, prefeito de araucária, com a aprovação dos vereadores da cidade, vou bancar a reintegração em linhas especiais’. Posso fazer isso e estou estudando essa possibilidade. Agora, é duro saber que tem que bancar o subsídio para manter a integração.” Segundo o prefeito, o papel de gerenciar linhas metropolitanas é da Comec, tanto que no caso de costurar um acordo com a prefeitura de Curitiba, será necessário ter autorização do órgão estadual.
O secretário de assuntos metropolitanos de Curitiba, Valfrido Eduardo Prado, confirmou que a prefeitura de Araucária procurou a prefeitura de Curitiba. “Eles pretendem, nos próximos dias, chegar a uma solução de integração entre os dois municípios. Nos colocamos à disposição para o diálogo e tudo o que puder ser feito nesse sentido”, disse. Prado cita que o contato ainda é muito recente e não há detalhes sobre o possível acordo. Mas ele concorda com o prefeito de Araucária com o fato de que possivelmente será necessário uma anuência da Comec para operar linhas entre os dois municípios.
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