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Prefeituras não pagam o piso salarial

Profissionais das áreas de engenharia, agronomia e geociência têm sofrido com o desrespeito pelo piso salarial de sua categoria. Definido em R$ 4.344 para seis horas diárias por lei federal, os trabalhadores dessas áreas têm média salarial de R$ 2.900 em diversas prefeituras do Paraná. Apenas 29 dos 399 municípios do estado cumprem o que prevê a legislação.

No início de novembro, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) divulgou uma pesquisa sobre a valoração salarial desses profissionais para conhecer a realidade no setor público municipal. A pesquisa, feita entre agosto e outubro de 2014, usou dados dos departamentos de recursos humanos das prefeituras. Em algumas cidades o salário chega a superar o piso, mas em outras não chega a metade do exigido pela lei.

Em Curitiba, de acordo com a pesquisa, os profissionais recebem, no máximo, 90,9% do piso para os engenheiros, em jornada de oito horas. São Mateus do Sul paga de R$ 8.335 a um engenheiro civil ou agrônomo, com jornada de oito horas , o que a coloca entre as cidades com salários mais altos para a categoria.

A atuação desses profissionais nas prefeituras está ligada ao planejamento dos municípios. "O engenheiro civil, mais presente nas prefeituras hoje, faz projetos para captar recursos do estado e da União, para melhorias de condições de acessibilidade, pavimentação de ruas, e fiscalização de obras públicas", explica o coordenador do estudo e gerente da Regional Ponta Grossa do Crea-PR, Vander Moreno. Há ainda profissionais dessas áreas que se especializam em paisagismo, georreferenciamento e auxiliam no cálculo do IPTU, por exemplo.

Maringá

Hoje, entre as maiores cidades, Maringá é a única que cumpre o que exige a legislação. Segundo Samir Jorge, diretor regional do Sindicatos dos Engenheiros do estado do Paraná, em Maringá, os profissionais do município buscam a melhoria salarial há mais de dois anos. No ano passado, dois sindicatos conseguiram reverter a situação. "Começamos a fazer uma série de reuniões com eles para entender a carreira e buscar uma adequação. Houve um ajuste, mas está muito longe do ideal. Agora há outra batalha que é melhorar ainda mais a carreira", diz.

Os menores salários nas prefeituras para profissionais de nível superior estão em Lobato, Nova Olímpia, Jussara, Peabiru, Conselheiro Mairinck, Cruz Maltina, Itambé, Floresta, Espigão Alto do Iguaçu e Atalaia.

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