Enquanto o Ministério da Educação (MEC) calcula os prejuízos com os erros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) jogou luz sobre os custos do vazamento da prova do exame em 2009. Segundo os auditores do TCU, os prejuízos podem chegar a R$ 33,4 milhões. A auditoria concluiu que o MEC pagou indevidamente R$ 4,5 milhões por serviços de impressão de provas que não foram feitas e que os custos adicionais para refazer o Enem em dezembro de 2009, após o adiamento do exame, alcançam pelo menos R$ 28,9 milhões.
O relatório da 6.ª Secretaria de Controle Externo (6.ª Secex) do TCU ainda será analisado pelo ministro relator, Benjamin Zymler, antes de ir a julgamento no plenário do tribunal. O TCU quer que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) cobre o ressarcimento pelos gastos adicionais do consórcio Connasel, contratado para organizar e aplicar o Enem em 2009. O Connasel era formado pela Consultec, da Bahia; pelo Instituto Nacional de Educação Cetro, de São Paulo; e pela Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio).
Segundo o TCU, o Inep pagou ao consórcio R$ 36,6 milhões pelo preparo do material para realização das provas. O problema é que o contrato previa a confecção de material para 6 milhões de participantes, mas o Enem teve 4,1 milhões de inscritos. Os técnicos do Inep alegaram que planejavam fazer um acerto de contas posterior, deduzindo o valor repassado a mais, mas que isso não foi possível em função da rescisão contratual.
Enade
Os 48 formandos do curso de Educação Física do Centro Universitário do Sul de Minas (Unis-MG) podem ficar sem avaliação neste ano. Ao receberem as provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) no domingo, os alunos descobriram que o exame era para o curso de Farmácia. Os universitários foram orientados a responder apenas as dez questões referentes a conhecimentos gerais. A orientação constou na ata da prova e o erro foi reconhecido ontem pelo MEC.