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Beto Richa mostra ao ministro Fernando Bezerra Coelho uma casa destruída por deslizamento em Antonina | Walter Alves/Gazeta do Povo
Beto Richa mostra ao ministro Fernando Bezerra Coelho uma casa destruída por deslizamento em Antonina| Foto: Walter Alves/Gazeta do Povo

Os prejuízos financeiros contabilizados por Morretes, Antonina, Paranaguá e Guaratuba, por causa das chuvas que afetaram o litoral do Paraná, já chegam a R$ 87,9 milhões. O número foi divulgado pela Defesa Civil Estadual e repassado ontem ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que sobrevoou as áreas atingidas junto com o governador Beto Richa e a senadora Gleisi Hoffmann. O balanço, chamado de Avaliação de Danos (Avadan), mostra que os prejuízos sofridos pelas quatro cidades é 3,5 vezes superior ao orçamento de Morretes para 2011 – o município mais atingido pela chuva –, que é de R$ 24 milhões (sem acréscimo de créditos adicionais).

A maior parte do total de prejuízos, cerca de R$ 68 milhões, diz respeito às casas que foram destruídas ou sofreram danos com os deslizamentos e as enchentes. A agricultura também foi prejudicada, visto que a maior parte dos desastres em regiões de Guaratuba e Paranaguá ocorreu em áreas rurais. Estima-se R$ 10 milhões em perdas agrícolas. Na área de infraestrutura, os danos parciais e totais de rodovias, estradas vicinais e ruas já chegam a R$ 4,4 milhões e as quedas ou danificações de pontes, a R$ 3,4 milhões. Ainda houve prejuízo de R$ 1,25 milhão com problemas em prédios públicos.

Os números, no entanto, devem subir, já que a quantificação ainda não foi finalizada em algumas áreas isoladas e ainda pode chover forte na região nos próximos dias "Esse é o valor ao qual nós chegamos dentro do prazo dado para o envio das informações [ao governo federal], mas isso não significa que ele não possa ser modificado, visto que podem ocorrer novas chuvas e a ocorrência de desastres não é estática", explica o chefe de operações da Defesa Civil do Paraná, capitão Eduardo Pinheiro.

Indefinição

O governador Beto Richa não soube informar quanto o estado deve pedir à União para a re­­construção da área atingida. Ficou definido em uma reunião na tarde de ontem que o estado centralizará os pedidos por recursos, além de ficar responsável pela distribuição do montante liberado. O governador pediu "paciência" aos desabrigados. "Não temos a solicitação de recursos por parte dos municípios. Eles ainda estão fazendo o levantamento dos danos. O que se sabe é que deverá haver prioridades, pois não será possível investir em todas as áreas de uma vez."

Já o ministro Bezerra Coelho afirma que o montante liberado será destinado preferencialmente às ações de socorro, de caráter emergencial, e que não será possível atender a todos os pedidos de dinheiro para obras de recuperação. "Não temos como atender todas as demandas", diz. Para 2011, a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), subordinada ao ministério, possui orçamento de R$ 700 mi­­lhões, dos quais R$ 400 milhões já estão comprometidos com outros estados.

O ministro garantiu que a ajuda deve chegar ao Paraná na próxima semana, após o encaminhamento formal de pedido de auxílio por parte do governo estadual, o que deve ocorrer até amanhã. Ontem, foi confirmada a construção de 400 casas em todo o litoral para as famílias desabrigadas e desalojadas. Os recursos devem vir do programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Além disso, também devem ser liberados, na próxima semana, os recursos do FGTS para as vítimas do desastre.

Paralelamente, devem ser iniciadas conversas com outros órgãos para conseguir mais verbas."A coordenação ficará a cargo do Ministério da Integração Nacional, mas, se houver necessidade, em breve podemos nos reunir com outros [ministérios] que também podem ajudar, como o da Educação e das Cidades", garantiu Gleisi.

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