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‘zoeira’ científica

Prêmio Ig Nobel celebra os mais engraçados estudos científicos

Bruno Grossi demonstra o experimento de sua equipe ao receber o Ig Nobel de Biologia. Ele e seus colegas receberam o prêmio por um estudo que demonstrava que, ao colocar um peso na traseira de uma galinha, a ave anda de uma maneira similar ao que se pensa que os dinossauros andavam | Gretchen Ertl/REUTERS
Bruno Grossi demonstra o experimento de sua equipe ao receber o Ig Nobel de Biologia. Ele e seus colegas receberam o prêmio por um estudo que demonstrava que, ao colocar um peso na traseira de uma galinha, a ave anda de uma maneira similar ao que se pensa que os dinossauros andavam (Foto: Gretchen Ertl/REUTERS)

Desde 1991, a comunidade científica internacional dedica uma noite do ano para rir com estudos que propõem abordagens e teses curiosas e pouco usuais, mas fazem parte da construção do conhecimento. O lema do prêmio Ig Nobel, distribuído na noite desta quinta-feira (17) em concorrida cerimônia na Universidade Harvard, é homenagear realizações que façam as pessoas gargalhar, e depois pensar, como o trabalho de Nick Enfield, pesquisador da Universidade de Sydney, na Austrália, que encontrou evidências de que o termo “Huh” é uma palavra universal, presente em todas as línguas humanas.

“Os resultados dão uma visão sobre o que é especial na linguagem em nossa espécie”, disse Enfield, vencedor do Ig Nobel na categoria Literatura. “Nossas descobertas têm implicações no ensino de línguas e na comunicação intercultural. Sabendo como e quando usar essa ferramenta pode ajudar as pessoas na compreensão mútua de forma mais efetiva”.

Dez trilhões de dólares do Zimbábue

Ao todo, foram 12 os trabalhos premiados na 25ª edição do Ig Nobel, em dez categorias diferentes. Os vencedores recebem um troféu e uma nota de dez trilhões de dólares do Zimbábue (a moeda, extinta este ano, tinha a cotação de 250 trilhões de dólares zimbabuanos por US$ 1) das mãos de verdadeiros laureados. Este ano, participaram do evento Carol Greider e Jack Szostak, Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2009; Eric Maskin, Nobel de Economia em 2007; Frank Wilczek, Nobel de Física em 2004; e Dudley Herschbach, Nobel de Química em 1986.

Hajime Kimata, diretor do Departamento de Alergia do Hospital Kyouwakai, em Osaka, no Japão, e Jaroslava Durdiaková , da Universidade Comenius, em Bratislava, na Eslováquia, foram os vencedores do Ig Nobel na categoria Medicina, por descobertas relacionadas ao beijo. Kimata descobriu que o ato de beijar influencia as defesas contra alergias provocadas por pólen e ácaros. O estudo de Jaroslava demonstrou ser possível recuperar traços genéticos na saliva trocada durante o beijo.

“Nós somos especialistas em beijo. Se tiverem alguma dúvida, basta nos perguntar”, brincou Jaroslava.

O estudo de David Hu, premiado na categoria Física, descobriu que praticamente todos os mamíferos, não importa o tamanho, demoram o mesmo tempo para esvaziar a bexiga, aproximadamente 21 segundos.

“Isso é explicado pela lei da gravidade”, disse Hu. “Na próxima vez que estiver na fila do banheiro, lembre-se que precisa esperar por 21 segundos”.

Na categoria Química, o trabalho vencedor foi liderado por Gregory Weiss, e descreveu uma nova técnica para “descozinhar” ovos, que poderá ser usada não na culinária, mas no desenvolvimento de novas drogas pela indústria farmacêutica. O prêmio de Administração foi para Raghavendra Rau, que descobriu que muitos empresários de sucesso desenvolveram o gosto pelo risco ao vivenciarem desastres naturais durante a infância, mas sem serem afetados diretamente.

“A lei que descobrimos é que o que não te mata, te torna mais amante do risco”, disse Rau.

A Polícia Metropolitana de Bangkok, na Tailândia, foi premiada em Economia por oferecer pagamento extra a policiais que rejeitarem suborno. Em Matemática, venceu o trabalho liderado por Elisabeth Oberzaucher, por tentar usar técnicas matemáticas para entender como Mulai Ismail, Imperador do Marrocos entre 1672 e 1727, conseguiu ser pai de 888 crianças. Em Biologia, Bruno Grossi observou que uma galinha com um peso preso na parte traseira caminha como um dinossauro; e em Medicina Diagnóstica, Diallah Karim descobriu que sentir dor ao passar por um quebra-molas indica a presença de uma apendicite aguda.

Na categoria Fisiologia, os vencedores foram Justin Schmidt e Michael Smith, por estudos relacionados a dor. Smith se doou ao trabalho, ao deixar ser picado por abelhas em 25 partes do corpo para descobrir onde as dores são menos (cabeça, ponta do dedo médio e braço) ou mais (narina, lábio superior e pênis) intensas.

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