São Paulo A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou ontem à tarde os vencedores do 49.º Jabuti, o mais tradicional prêmio literário brasileiro. São três vencedores em cada uma das 20 categorias. Apenas os primeiros colocados recebem o prêmio em dinheiro, no valor de R$ 3.000. Os demais vencedores receberão somente os troféus.
O carioca Carlos Nascimento Silva, 70 anos, ficou em primeiro lugar na categoria "romance", com Desengano (Agir), livro que tem como pano de fundo a história do Brasil desde Getúlio Vargas até João Goulart.
"Morro de felicidade, nem tanto pelo dinheiro, que não é importante para mim, mas o reconhecimento de que é um bom romance", disse o autor, que já havia recebido o Jabuti em 1999 com o romance Cabra Cega, também escolhido livro do ano. Desengano é o quarto romance de Nascimento Silva, que foi ainda indicado ao Jabuti com A Casa da Palma, em 1996.
Ferreira Gullar ficou em primeiro lugar na categoria "contos e crônicas" com Resmungos. Em segundo e terceiro vieram A Casa da Minha Vó (Artur Oscar Lopes) e O Volume do Silêncio (João Anzanello Carrascoza).
Na categoria "reportagem", os vencedores foram A Vida que Ninguém Vê (Eliane Brum), O Nome da Morte (Klester Cavalcanti), e Políticos do Brasil, do jornalista Fernando Rodrigues.
Na categoria de "poesia", o primeiro colocado foi Affonso Ávila, com o livro "Cantigas do Falso Alfonso El Sabio" (Ateliê Editorial), seguido de Neide Archanjo (Cântico para Soraya) e Raro Mar (Armando Freitas Filho).
Na categoria "Direito", que estreou este ano no Jabuti, o primeiro lugar ficou com Curso de História do Direito, de José Reinaldo de Lima Lopes, Rafael Mafei Rabelo Queiroz e Thiago dos Santos Acca.
Livro do ano
A cerimônia de entrega dos prêmios Jabuti ocorrerá no dia 31 de outubro na Sala São Paulo, na Estação Júlio Prestes. Neste dia também serão anunciados os melhores livros de ficção e não-ficção, que receberão prêmios de R$ 30 mil. A lista completa dos vencedores de 2007 já está na página www.premiojabuti.org.br.
No ano passado, os grandes premiados foram Mílton Hatoum, com Cinzas do Norte (romance) e Ruy Castro, com Carmem (biografia), respectivamente.