Integrantes da Leões da Mocidade trabalham na confecção das fantasias: escola promete salto de qualidade no desfile deste ano| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

Superação

Em busca de um carnaval mais animado

A intenção das escolas de samba e da organização do carnaval curitibano é aprimorar o desfile a cada ano e trazer novidades para os foliões. "As escolas precisam se enraizar nas comunidades para termos um carnaval mais forte. Às vezes, ficamos até marginalizados porque o curitibano não conhece as escolas", comenta o carnavalesco da Leões da Mocidade, Amil Jr.

A Fundação Cultural de Curitiba (FCC) investiu neste ano R$ 450 mil na organização do carnaval – valor próximo do que cada uma das escolas de Florianópolis recebe (R$ 400 mil). Mesmo assim, a expectativa é que o público seja superior ao total de 15 mil espectadores de 2009. "A antecipação dos recursos, ocorrida neste ano, facilita e ajuda as escolas", defende a diretora de ação cultural da FCC, Luci Daros. Ela diz que faltam parcerias e sobra preconceito para que o carnaval cresça em Curitiba. Na programação deste ano, a Acadêmicos da Realeza levará para a avenida o mundo do teatro. O tempo louco de Curitiba será abordado pela Leões da Mo­­cidade. A Unidos do Bairro Alto buscou inspiração em histórias e contos amazônicos. Já a Embaixadores da Alegria fará um alerta ambiental a partir de uma lenda. Por fim, a Mocidade Azul contará a história do perfume. (JO)

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É impossível comparar o carnaval curitibano com a grandiosidade que a festa ganha nos principais centros foliões do país, como Rio de Janeiro São Paulo e Bahia. En­­quanto, as escolas de samba cariocas do Grupo Especial chegam a gastar R$ 5 milhões no desfile, em Curitiba as escolas investem até R$ 40 mil, a maior parte vinda da Fundação Cultural de Curitiba (FCC). Mesmo com a limitação, entusiastas dão suor, tempo e dinheiro para levar suas escolas até a Avenida Cândido de Abreu.

A menos de um mês para o carnaval, os preparativos das escolas estão a todo o vapor. Apesar de muita gente estar trabalhando com o enredo e o samba desde o ano passado, a correria com produções, de­­corações e ensaios começou, para valer, há poucos dias. O ritmo acelerou na segunda semana de janeiro, quando a FCC dividiu R$ 118 mil para cinco grupos como sub­­sídio para a organização da folia. Sem auxílio, três escolas não confirmaram participação no desfile.

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Entre as cinco escolas com presença garantida no desfile estão: Leões da Mocidade, Embaixadores da Alegria, Acadêmicos da Realeza e Unidos do Bairro Alto. Depois de três anos impedida pela Justiça de entrar na avenida, a Mocidade Azul – com 32 anos de história e 16 títulos – volta a desfilar, desta vez no grupo de acesso. O retorno e a briga por uma vaga no grupo principal podem ser marcados por uma disputa solitária, já que as outras três escolas do segundo escalão ainda não confirmaram participação.

A incerteza deve-se ao fato de a Falcões Independentes, a Unidos da Vila Iguaçu e a Unidos de Pi­­nhais não terem recebido auxílio da prefeitura. "Não receberam dinheiro porque ainda têm pendências na prestação de contas do carnaval de 2009 ou não apresentaram toda a documentação necessária", explica a diretora de Ação Cultural da FCC, Luci Daros. Com o projeto e a documentação aprovados pela comissão de carnaval, a Fundação liberou auxílios de R$ 18 mil e R$ 25 mil, de acordo com o grupo em que as escolas desfilam.

Com o cronograma em andamento desde meados do ano passado, os grupos vinham adiantando a confecção de fantasias, adereços e carros alegóricos. "O trabalho começou em junho. Vai ser uma correria como nos outros anos, mas um pouco menor. Conse­guimos antecipar as compras neste ano", conta o presidente da Aca­dêmicos da Realeza, Paulo Roberto Scheuneman. "Bus­camos materiais alternativos e baratos. Ten­tamos adiantar o trabalho com estruturas metálicas para agora fazer o acabamento", explica o carnavalesco da Unidos do Bairro Alto, Luiz Antunes Rodrigues.

Até o dia do carnaval, dezenas de pessoas estarão envolvidas voluntariamente com os preparativos das escolas de samba. "Não tem como gerar empregos. Temos um orçamento apertado e dependemos do trabalho voluntário", diz a presidente da Embaixadores da Alegria Suzy Dávila. Contudo, as escolas pretendem levar um espetáculo cada vez melhor para a avenida. "Tere­mos um salto de qualidade neste ano. A expectativa é entrar para dis­putar o título", garante o carnavalesco da Leões da Mocidade, Amil Jr.

Serviço

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O desfile das escolas de samba será no sábado, dia 13 de fevereiro, a partir das 19 horas. Como nos anos anteriores, a festa será na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico. Entrada gratuita.

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Interatividade

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