Assembleias devem gerar atraso pontuais nas linhas ao longo desta semana| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Assembleias de motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba marcadas para os próximos dias devem gerar atraso pontuais nas linhas ao longo desta semana. Até sexta-feira (10), os funcionários se reúnem com o Sindimoc, sindicato da categoria, para discutir a adesão à campanha nacional contra a reforma da Previdência – que prevê uma paralisação nacional para a próxima semana. Nesta segunda-feira (6), três reuniões entre a madrugada e a parte da manhã já resultaram em atrasos no atendimento aos usuários de linhas operadas pela Auto Viação Redentor, como a Interbairros II, CIC/ Cabral e Água Verde Abranches.

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Os ônibus da empresa saíram da garagem com 1h30 de atraso. Também foram ouvidos funcionários da Expresso Azul e Araucária Filial. Nestas, o debate foi durante o recolhimento de carros, o que não afetou os horários das linhas.

Para a tarde, está previsto debate com funcionários da CCD. O encontro será a partir das 16 horas, quando começam a chegar os motoristas que saem com os carros para atender o fluxo do horário de pico. O sindicato prevê que o encontro dure 30 minutos.

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A CCD opera 34 linhas de ônibus em Curitiba, entre elas Interbairros II, os expressos Centenário-Campo Comprido e Centenário-Rui Barbosa, os ligeirinhos Inter II e Centro Politécnico. A maioria dos ônibus, contudo, também possui operação conjunta com outras empresas, o que faz com que apenas parte da frota de cada linha possa ser afetada. Além disso, o sindicato garante que nas assembleias da tarde, o impacto junto aos usuários é menor, uma vez que já há ônibus circulando nas ruas.

Conforme o sindicato, os motoristas e cobradores das três empresas decidiram apoiar a campanha lançada no fim de janeiro contra a reforma da Previdência e também optaram por aderir à paralisação nacional marcada para o dia 15 de março. Eles deixaram aprovado indicativo de greve específico sobre o tema.

Por enquanto, o Sindimoc não possui detalhes sobre o esquema da possível paralisação temporária prevista para a próxima semana. Isso porque as outras dez empresas que operam o transporte coletivo de Curitiba ainda precisam decidir sobre a adesão ao movimento – o que deve ocorrer até sexta.

Autuação

De acordo com a assessoria de imprensa da Urbs, empresa que gerencia o transporte coletivo na capital, a Auto Viação Redentor será autuada pelo atraso na saída dos ônibus da garagem nesta manhã. O mesmo deve ocorrer com as demais empresas que tiverem paralisações no atendimento.

O valor da multa não foi informado.

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Procurado pela reportagem, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) diz que vai recorrer da decisão da Urbs, explicando que não foi da Redentor, mas dos funcionários, a decisão de atrasar a saída dos ônibus.

Mudanças na lei

A proposta que define mudanças no sistema previdenciário brasileiro está sob análise de comissão especial na Câmara dos Deputados, em Brasília, e é uma das questões mais importantes do governo de Michel Temer (PMDB). O projeto pretende, entre outros pontos, fixar idade mínima de 65 anos para a aposentadoria e elevar o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para 25 anos.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das entidades que encabeça a campanha contra a reforma, considera as mudanças previstas “ilegítimas” e um “retrocesso nos direitos trabalhistas”.

“Vemos tudo isso como um grande prejuízo para aos trabalhadores da nossa categoria”, explicou o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira. “E percebemos, pela resposta deles, que eles também não estão nenhum pouco confortáveis com o que essa reforma. Afinal, é perda de direitos”, definiu.