Uma quadrilha especializada em clonagem de veículos e falsificação de documentos de trânsito foi presa ontem por policiais civis do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). O esquema funcionava em Curitiba e região metropolitana, onde os seis suspeitos foram presos. Com eles, a polícia encontrou inúmeras placas clonadas, carimbos, gabaritos de letras e números para confecção de placas, certificados de registro de veículos, carteiras de habilitação e uma máquina de prensar, de uso exclusivo de despachantes autorizados pelo Detran. Foram apreendidos ainda oito veículos e duas armas.
Depois de uma denúncia, a polícia começou a investigar a quadrilha e chegou a uma fábrica clandestina no bairro Guaraituba, em Colombo, região metropolitana de Curitiba. Lá, foram encontradas a prensa e 200 placas em branco, além de todos os utensílios necessários para a confecção das placas clonadas. Foram presos o dono da fábrica, Márcio Resmar, 32 anos, conhecido como Polaco; sua namorada, Fabrícia da Costa, 27 anos; Edilson Martins, 33 anos; Fabiano Lech, 28 anos; Anderson dos Santos, 23 anos; e Carlos Alberto de Jesus, 42 anos. Eles serão indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documento público e receptação.
As prisões tiveram início na terça-feira, quando Fabrícia entregava a Carlos uma carteira de habilitação falsificada. De acordo com o delegado Renato Figueiroa, o documento custava R$ 150 aos compradores. "Eles utilizavam produtos químicos para apagar as informações de documentos quentes, escaneavam ele em branco e, no computador, preenchiam com outros dados", explica.
Para falsificar os registros de veículos, a quadrilha procurava nos jornais carros à venda com o mesmo modelo e ano dos roubados e, no site do Detran, conseguia todas as informações para preencher os registros falsos. "Temos informações de que eram clonadas cerca de sessenta placas por mês", disse Figueiroa. Cada uma era vendida por R$ 100.
O Cope apresentou, como integrante da quadrilha, um homem identificado apenas como Benedito. Apenas no início da noite, depois de fotos e divulgação para a imprensa, a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que Benedito não tinha envolvimento com a quadrilha.