O prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho (PSDB), foi pego de surpresa com a notícia do interesse da empresa em ser sede do aterro da capital. "Eu não fui procurado e não sei de nada a respeito", comentou. Ele preferiu não se manifestar sobre a possibilidade. "Não tenho como dizer se sou contra ou a favor. Tenho que estudar", completou.
A área é particular e uma audiência pública foi realizada em dezembro na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para discutir o empreendimento com a sociedade. Como se trata de área privada, a Ponta Grossa Ambiental tem, em tese, autonomia para decidir de que forma usar o terreno. A instalação do aterro de Curitiba e região metropolitana pode ser negociada sem a intervenção da prefeitura ou da Câmara Municipal.
A advogada especialista em direito ambiental Samanta Pineda explica, no entanto, que a prefeitura pode ou não emitir o alvará de funcionamento. "O IAP é o órgão licenciador, ele pode permitir o funcionamento do aterro. Mas quem dá o alvará é a prefeitura. Ela tem o poder de julgar se o empreendimento vai trazer algum benefício ou não para a cidade", afirma.
Se a proposta tivesse de passar pelo aval da Câmara Municipal, o vereador e presidente da Comissão de Saúde, Ação Social e Ecologia, Pascoal Adura (PMDB), diz que a barraria. "Isso é um presente de grego para Ponta Grossa. A cidade não recebe investimento, não recebe empregos, e agora vai receber o lixo de Curitiba?", critica. O deputado estadual Jocelito Canto (PTB), que mora em Ponta Grossa, também é contrário à medida, mesmo que em caráter emergencial. "Sou totalmente contra. Acho que cada município tem que cuidar do seu lixo. É loucura viajar com o lixo por mais de 100 quilômetros", comenta.
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