Depois de ser preso duas vezes acusado de fraude contra a Previdência, o vereador e presidente da Câmara de Campina da Lagoa, região Centro-Oeste do estado, Márcio Calderari, está sendo acusado de receber verbas de viagem enquanto estava detido.
Segundo reportagem do Paraná TV desta quarta-feira, durante os 90 dias que esteve preso, Calderari continou recebendo o salário da Câmara e chegou a embolsar diárias de viagens. Em entrevista ao telejornal, Calderari se defendeu. "Isso para mim é uma inverdade. Não tenho conhecimento disso aí não", disse. Calderari responde ao processo de fraude na Previdência em liberdade.
Entretanto, um relatório mostra que o presidente da Câmara recebeu R$ 1.324 para viajar no período em que estava na cadeia.
Ainda segundo a reportagem do Paraná TV, nunca a Câmara da cidade recebeu tanto dinheiro da prefeitura como durante a gestão de Calderari. O valor repassado por ano é o dobro da média histórica em Campina da Lagoa. Mesmo assim, o presidente da Câmara diz que o dinheiro repassado é insuficiente.
A justificativa é a construção de um prédio para a Câmara de Veradores - avaliado em mais de R$ 800 mil. "É um valor exorbitante, mas é uma obra que vai ficar para o resto da vida", afirma ele. A empresa que venceu a licitação para a obra é de um amigo de Calderari, que também esteve preso acusado de fraudar a Previdência.
A obra ainda está no início, mas já há sinais de irregularidades. Segundo um relatório que a reportagem do Paraná TV teve acesso, o serviço de terraplanagem custou pouco mais de R$ 18 mil, mas o serviço foi feito por máquinas da prefeitura.
O prefeito, Celso Ferreira, que está sendo acusado de pagar empréstimos com dinheiro público, diz que discorda do valor que está sendo pago pela Câmara na obra e que por isso não tem mais repassado a verba. "A Câmara tinha que construir este prédio com custo na faixa de R$ 300 mil e não de R$ 1 milhão ", diz.