Brasília – Levantamento da liderança do PSDB na Câmara aponta que 65,73% das sessões foram trancadas por medidas provisórias. Desde 2001, a Constituição determina que depois de 45 dias da edição de uma medida, ela passa a trancar a pauta do Legislativo, que fica impedido de votar qualquer outra matéria até que a MP seja aprovada ou rejeitada em plenário. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), diz que também se incomoda com o excesso de medidas provisórias do governo, mas lembra que a solução depende de um amplo acordo entre os partidos para votar a restrição à edição das MPs. Os deputados têm nas mãos o poder de mudar as regras por meio de outra emenda constitucional que altere aquela aprovada em 2001, mas a mobilização neste sentido tem sido sempre superficial. Em março deste ano, um grupo foi formado para discutir mudanças na lei, para evitar a "ditadura" das MPs. Não houve avanço nas propostas concretas para novas regras.

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"Do ponto de vista de produção legislativa, incluindo matérias que vieram do Executivo, acho que foi uma altíssima produção. Ainda não fiz o balanço, mas minha convicção é que foi um bom semestre. Pelas regras atuais, você não tem com escapar da pauta do Executivo. E houve a questão do PAC, que é uma tentativa de investir R$ 500 bilhões de forma planejada para infra-estrutura. Mesmo que tenha sido uma pauta vinda do Executivo, é uma pauta que tende a ser muito importante para o país. Há determinadas iniciativas que não podem ser do Legislativo, dado que o regime é presidencialista", afirmou Chinaglia.

O levantamento sobre as dificuldades de votação de projetos de lei por conta do excesso de MPs mostra que a média de seis em cada dez sessões trancadas, registrada neste primeiro semestre, repetiu-se no balanço de todo o ano de 2006, quando o porcentual foi de 65,71%. Em 2004 e 2005, o comprometimento foi ainda maior, com sete em cada dez sessões trancadas por medidas provisórias (71% e 76% respectivamente). Em 2002, primeiro ano que vingaram as novas regras sobre tramitação de MP, 64% das sessões foram trancadas por MPs.

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