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Tropa de Choque da PM foi chamada para controlar a multidão | Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Tropa de Choque da PM foi chamada para controlar a multidão| Foto: Daniel Castellano/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Encerramento ocorreu no horário previsto

Segundo o presidente da FCC, Marcos Cordiolli, a prefeitura avisou sobre o término do "CarnaVibe" para as 20 horas, e não para as 19 horas, como disse o oficial da Polícia Militar.

O presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Marcos Cordiolli, foi detido pela Polícia Militar (PM) durante a confusão registrada na noite de domingo (1º), após o "CarnaVibe", um dos eventos do pré-carnaval de Curitiba. Cordiolli teria tentado negociar com o oficial da tropa o avanço dos policiais sobre os o público que se dispersava da festa, quando o oficial deu a ele voz de prisão por desacato.

A confusão após o "CarnaVibe", festa eletrônica organizada pela Prefeitura de Curitiba e que antecede o carnaval do município, reuniu 40 mil pessoas e terminou por volta das 20 horas, segundo Cordiolli. Após o encerramento, houve uma confusão nas proximidades do evento, com registro de brigas e estabelecimentos depredados, quando a PM foi acionada.

Cordiolli diz que estava no espaço do evento, entre as ruas Barão do Rio Branco e Marechal Floriano Peixoto, quando percebeu o avanço dos policiais. "Eu fui até lá para dizer que a situação dentro do espaço estava normalizada e tentei negociar com o oficial. Ele me deu voz de detenção por desacato e disse que eu estava atrapalhando o trabalho da tropa", explica. o presidente da FCC foi encaminhado para o 1° Distrito Policial (1° DP) de Curitiba, onde prestou depoimento e foi liberado.

De acordo com ele, durante a realização do "CarnaVibe", não foram registradas ocorrências policiais. "O esquema montado deixava para a Guarda Municipal a segurança dentro do local da festa. Fora dos limites a responsabilidade é da PM e, pelo que soubemos, a confusão começou fora do local da festa", diz.

Na opinião de Cordiolli, a ação do policial por causa da prisão por desacato foi infeliz e diz que as ações das forças de segurança precisam ser reavaliadas para eventos com grande concentração de pessoas. "Foi uma fatalidade. Entendo que para cada tipo de manifestação existe um modus operandi (forma de operar) que a polícia precisa agir e naquela ocasião não existiam organizações criminosas para uma ação como a que ocorreu".

O presidente da FCC diz que pretende conversar com a direção da PM sobre a atuação dos policiais em grandes eventos em Curitiba para evitar novas dispersões como a que ocorreu no domingo.

PM detém quatro e apreende adolescente

Quatro pessoas foram detidas e um adolescente foi apreendido durante a confusão que ocorreu após o "CarnaVibe", no Centro de Curitiba. Os detidos foram encaminhados para a Polícia Civil por desacato, resistência, desobediência, uso de drogas e uma por porte de arma de fogo. Dois policiais militares ficaram feridos.

De acordo com a PM, o policiamento era adequado para o evento. Em nota, o tenente-coronel Guilherme Teider Rocha, comandante do 12° Batalhão da PM, que comanda a região, disse que houve falhas na organização do evento e que não havia fiscalização sobre a venda de bebidas alcoólicas em garrafas de vidro.

"A falta de organização do evento, aliada à incivilidade, contribuiu largamente para o resultado. Por exemplo, o horário de término, previsto para as 19 horas, foi descumprido pelos organizadores, era quase 20h30 e o evento ainda ocorria. Não havia grades de proteção nas margens das ruas e não houve orientação prévia e nem proibição em relação as garrafas de vidro, que podem ser utilizadas, como de fato foram, como armas contra pessoas e para danificar o patrimônio público e privado", diz o tenente-coronel.

O oficial da corporação ainda diz que o policiamento solicitado, apesar de suficiente, foi pedido para um público estimado em cinco mil pessoas, mas, segundo a FCC, 40 mil pessoas participaram do carnaval.

Segundo a nota da PM, com o início do tumulto registrado após o evento, houve arremesso de garrafas de vidro entre os participantes da confusão. O módulo móvel da corporação também teria sido atingido. Com o "momento mais crítico" da situação, segundo a PM, "foi necessário o uso moderado da força e munição menos letal".

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