Dois dias depois de prestar depoimento ao Ministério Público Federal, o diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, foi interrogado nesta sexta-feira (27) pela Polícia Civil em Belo Horizonte. Ele chegou à delegacia especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente por volta das 8h30, acompanhado de dois advogados, e deixou o local às 10h30, sem revelar o conteúdo do depoimento.
O presidente da mineradora, cuja barragem de rejeitos rompeu no último dia 5 em Mariana (a 124 km da capital mineira) e deixou um rastro de destruição que chega ao litoral do Espírito Santo, é a 16ª pessoa ouvida no inquérito policial sobre o caso. No total, 60 interrogatórios estão previstos até dezembro.
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito já soma 160 páginas, que incluem os depoimentos, guias periciais, informações colhidas com a população atingida e documentos para análise.
O delegado que ouviu Vescovi, Aloísio Fagundes, também não comentou o depoimento. Em nota, disse apenas que “foi importante para conhecer a estrutura da empresa”. “Conseguimos visualizar melhor o organograma e entender as responsabilidades de cada área, o que vai nos direcionar melhor para a busca de outras informações daqui pra frente”, informou.
Nesta quinta (26), também depôs a bióloga Daviely Rodrigues Silva, gerente de geotecnia e hidrogeologia da Samarco. Já à Procuradoria Federal, que também investiga o rompimento, Vescovi e representantes das empresas Vale e BHP, donas da Samarco, falaram no fim da tarde da quarta-feira (25).
O órgão diz que foram pedidos esclarecimentos para a investigação sobre os danos do rompimento da barragem, mas não divulgaram o conteúdo do depoimento. Até o momento, foram encontrados 13 corpos vítimas do rompimento, nove deles identificados. Dez pessoas estão desaparecidas.
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