Presidente do Inep, Manuel Palácios, em audiência sobre o Enem na Camara dos Deputados.| Foto: Will Shutter / Câmara dos Deputados
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O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, rebateu uma série de críticas sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, em audiência da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8).

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A convocação dele foi apresentada por deputados da oposição e da bancada do agronegócio, que pediu a suspensão de três questões do Enem, sendo uma delas por associar o agronegócio à violência no campo e ao avanço do desmatamento.

Para a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a prova trata de maneira pejorativa o agronegócio, que tem relevante papel no PIB do Brasil. “As provas têm muitas distorções, têm um viés ideológico absurdo”, criticou. “O que a gente viu nessa prova foi um desfiar de questões afrontando o agro e o capitalismo numa dimensão absurda e, na minha visão, maquiavélica”, complementou.

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Sobre as críticas ao agronegócio, Palácios negou qualquer “demonização” ao setor. “O Enem não demoniza o agronegócio, o Inep não demoniza o agronegócio, isso é obvio, não é tema relevante nessa discussão”, disse.

O representante do Inep também informou que a seleção dos textos de apoio, nos enunciados do Enem, “obedece a critérios técnicos rigorosos” e negou qualquer “viés ideológico”. Segundo Palácios, o objetivo das questões é apenas “revelar a compreensão do texto citado” por parte do aluno.

Ele também afirmou que os itens da prova são elaborados por professores da educação básica e universitários selecionados por meio de chamada pública. O edital que selecionou os elaboradores para o Enem 2023 foi feito em 2020, durante o governo Bolsonaro.

“Nós estamos falando de professores que foram selecionados em 2020 e que estão exercendo essa atividade até hoje. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem sendo enviesada há muito tempo", disse Palácios.

Ao rebater o presidente do Inep, o deputado Abilio Brunini (PL-MT), afirmou que o Enem "tinha interesse claro em fazer distorção ideológica”, para selecionar militantes de esquerda para as universidades. “Se você defende o agro nesta prova, você reprova”, disse.

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O deputado Zucco (Republicanos-RS) também reforçou que “o governo transformou o Enem numa prova doutrinária sobre racismo, feminismo, ditadura militar e violência de gênero”. Ele criticou a citação de autores de esquerda na prova e disse que ela não é equilibrada com a citação de autores conservadores

Acerca do tema da redação, que questionou os desafios das mulheres, o presidente do INEP disse que “racismo é crime e feminismo não é doutrina”. “Não me parecem que sejam doutrinários itens que coloquem em evidência questões relativas à discriminação racial ou contra a mulher”, mencionou.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também será convocado para esclarecer às críticas sobre o Enem, em uma audiência pública conjunta das comissões de Educação; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Agriculgura, no próximo dia 22.