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O presidente do STM, ministro Francisco Joseli Parente Camelo, durante sessão solene de posse no Tribunal com o presidente Lula (PT), em 19 de março de 2023
O presidente do STM, ministro Francisco Joseli Parente Camelo, durante sessão solene de posse no Tribunal com o presidente Lula (PT), em 19 de março de 2023| Foto: RICARDO STUCKERT/PR

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Francisco Joseli Parente Camelo, disse que o comunismo acabou com a queda do muro de Berlim, na Alemanha, em 1989, e que a esquerda quer “um Brasil melhor, mais solidário” e “mais próspero”.

Camelo ainda disse que “jamais viu o presidente Lula (PT) como um comunista” e condenou a associação que se faz entre esquerda e comunismo.

A declaração foi dada durante entrevista concedida à BandNews TV, nesta quarta-feira (27).

Na entrevista, Camelo falou sobre o papel do STM, sobre a participação de militares nos atos do 8 de janeiro e sobre o fato de estes militares estarem sendo julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pelo STM.

Apesar de dizer que o papel do STM é julgar crimes cometidos por militares, Camelo assegurou que o STF está correto em julgar os militares acusados de participação do 8/1.

Ao fim da entrevista, Camelo foi perguntado sobre o temor de manifestantes do 8/1 a respeito da tomada do Poder por comunistas. Ao responder, o ministro negou a existência do comunismo e defendeu a esquerda.

“Nós vivemos outros tempos. O mundo mudou. Não há mais a divisão… o muro de Berlim já caiu há muito tempo. E, não existe no Brasil essa ideia de que existe o comunismo. O comunismo acabou. Para mim, não existe o comunismo. Outra coisa: o presidente Lula é um sindicalista. Não vejo o presidente Lula, jamais o vi como um comunista. Por que as pessoas têm uma mania de pensar que ser de esquerda é ser comunista? Isso não existe. Ser de esquerda é realmente... ela (a esquerda) quer um Brasil melhor, quer um Brasil mais solidário, um Brasil mais próspero, um Brasil que pense no mais pobre. É tudo isso o que a esquerda pensa. Então, ser se esquerda não é ser comunista”, afirmou o ministro.

Imediatamente, o entrevistador perguntou ao ministro se ele é de esquerda ou de direita.

Com ar de riso, o ministro disse que militares não têm partido, e afirmou “querer o melhor para o Brasil”.

“Nós (militares) queremos que a sociedade brasileira viva feliz como sempre foi, e ultimamente vivemos nesse ambiente de ódio. Queremos que a pacificação volte ao nosso país”, concluiu Camelo.

Antes de dar a sua versão sobre o comunismo, o ministro disse ter tido o “privilégio” de pilotar aeronaves para Lula e para a ex-presidente Dilma Rousseff.

Camelo também foi secretário de Coordenação e Acompanhamento de Assuntos Militares do Planalto, cargo que exerceu no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), onde atuou de 2003 a 2015.

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