O presidente eleito do Tribunal de Justiça do Paraná, Miguel Kfouri Neto, afirma que voltará os olhos do tribunal para a magistratura de primeiro grau. "Vai ser a prioridade", diz. Kfouri Neto conta que o atual presidente, desembargador Celso Rotoli de Macedo, já tem se preocupado com os juízes. "Ele já autorizou 460 contratações só para o interior. Esse contingente já vai dar uma boa diminuída (no problema)", explica.
De acordo com Kfouri e com o próprio presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Gil Guerra, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não permitia que o TJ-PR usasse o dinheiro do Fundo de Justiça, R$ 49 milhões, para contratação. Essa verba deve ser utilizada para a estatização dos cartórios judiciais.
Uma resolução da entidade permite que apenas 50% dos funcionários contratados não tenham vínculo com o tribunal. O Paraná chegou a registrar um número de 72% no quadro, o que fez o CNJ desautorizar o uso da verba para esse fim. Rotoli conseguiu, recentemente, autorização do CNJ para usar o dinheiro para pessoal.
Kfouri acredita que o número ideal de contratados sem vínculo gire entre 65% e 75% do quadro. Já na opinião de Guerra, o novo plano de cargos e salários deve melhorar a questão. "90% dos últimos concursados entraram e saíram porque o salário é muito baixo", explica.
Segurança
Kfouri diz que se não houver policiamento nos fóruns, o TJ-PR será obrigado a licitar empresas de segurança privada para atender a demanda. "Tem que ter guarda armada, câmeras de vigilância. Isso tudo vamos ter que colocar", afirma.