Belo Horizonte – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que é preciso acabar com a "pequenez política" no país. Ao lado do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), Lula disse que rivais na política não precisam ser inimigos para o resto da vida.

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"Fazemos parte de uma geração que poderia dar novo exemplo à política brasileira. (...) Essa pequenez política tem que acabar nesse Brasil a bem do país", disse ele durante inauguração de um centro de especialidades médicas em Belo Horizonte (MG).

Lula deu como exemplo a relação entre jogadores de futebol. "Penso que futebol pode nos ensinar algumas coisas. Quando tem um jogo no Mineirão entre o Atlético e o Cruzeiro, os jogadores do Atlético vão com brutalidade para cima do Cruzeiro (e vice-versa). Não pensem que eles passam o resto da vida um com ódio do outro. Possivelmente na mesma noite estejam jantando juntos, fazendo atividades. A política poderia ter esse ensinamento para as coisas serem facilitadas."

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O presidente disse que, infelizmente, na política não é isso que ocorre. "O fato de uma pessoa ‘A’ disputar eleição com ‘B’ não determina que serão inimigos para o resto da vida. Está determinado que se forem civilizados, o ganhador vai governar. O perdedor sabe que o outro vai governar quatro anos e que é preciso estabelecer uma política de convivência levando em conta benefício que se quer para o povo da cidade, do estado ou do país. A política não é assim porque se semeia ódio, se semeia a mentira."

Lula alfinetou ainda os parlamentares de oposição – que resistem em aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a cobrança da CPMF até 2011. A PEC está tramitando no Senado. Os senadores do DEM e PSDB ameaçam votar contra.

"Quando somos deputados pensamos de um jeito. Quando viramos governadores, presidentes ou prefeitos, a gente pensa que nem sempre o jeito que a gente pensava é o correto para administrar. E quem foi pro Executivo e volta para o Legislativo não tem direito de cometer os mesmos erros."

Lula defendeu que a regulamentação da emenda 29 – que destina recursos para a saúde – seja alterada no Senado para que estados e municípios tenham o mesmo prazo dado à União para adequar os investimentos obrigatórios no setor.

"A Câmara cometeu um pequeno equívoco que vamos ter que corrigir no Senado porque, na medida em que fizemos um programa em cinco anos, é preciso que a gente dê aos estados que não estavam cumprindo – e os estados que não estavam cumprindo por ‘n’ razões –, não podem colocar de uma hora para outra todo o dinheiro. É preciso que a gente dê o mesmo prazo da implantação do programa para o governo federal aos governos estaduais e aos municípios porque não queremos asfixiar ninguém", disse Lula.

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