Um grupo de presidiários iniciou uma rebelião na 9ª Subdivisão de Delegacia da Polícia Civil (9ª SDP) de Maringá nesta quinta-feira (14). O minipresídio fica na Avenida Mandacaru, na Vila Progresso. Um agente penitenciário estava mantido refém por volta as 22h50.
A rebelião começou um pouco antes das 19h30 na ala onde estão mais detentos. Por volta das 21 horas o delegado de Maringá, Osnildo Carneiro Lemes, negociava com os detentos. Segundo o Corpo de Bombeiros, os detentos estavam ameaçando incendiar alguns materiais que estavam aglomerados na 9ª SDP. Um caminhão de combate a incêndio e uma ambulância foram encaminhadas ao local. Um dos presidiários teve um ferimento na perna e foi encaminhado para o Hospital Universitário (HU) de Maringá.
Um dos detentos entrou em contato com uma familiar que acompanha a rebelião pelo lado de fora. A Gazeta Maringá também falou com ele, que disse que a rebelião aconteceu porque os presos são maltratados e, muitas vezes, recebem comida estragada. "Isso que vivemos é desumano", gritou. Ele a esposa pediram para não serem identificados.
O detento ainda informou que o agente penitenciário que está como refém deles é quem mais maltrata os presos.
A reportagem tentou falar com a Polícia Civil, mas até as 22h50 nenhum delegado havia se pronunciado.
Sequência da rebelião
Segundo o mesmo detento que falou com a reportagem, a rebelião só terminará quando eles conversarem diretamente com algum membro da Secretaria de Segurança Pública do Paraná. O nome citado foi de Cid Vasques, secretário da pasta. Ela ainda pedem a presença de advogados e promotores.
Histórico
Em reportagem de março de 2012, a Gazeta Maringá mostrou que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) avaliaram de maneira negativa as estruturas analisadas na cadeia da 9ª Subdivisão de Polícia Civil (9ª SDP) de Maringá e na Casa de Custódia, após uma inspeção. Vários vasos sanitários estavam entupidos e os presos eram obrigados a fazer as necessidades fisiológicas em sacolas plásticas e garrafas pet.
Na época, a promotora da Vara de Execuções Penais de Maringá, Valéria Seyr, informou que o Ministério Público (MP) entraria com uma ação civil pública para que o estado definisse se iria reformar o prédio ou desativá-lo.
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