Um rapaz de 18 anos preso na tarde desta quarta-feira (26) confessou ter participado do assassinato do bancário aposentado Antônio Gilberto Lago na madrugada de quarta-feira (26). A motivação, segundo Jean dos Santos Jacinto relatou à polícia, seria por vingança. O corpo do curitibano e funcionário da prefeitura foi encontrado carbonizado no interior do próprio carro, em uma estrada rural de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, na quarta-feira (26). Ele estava desaparecido desde terça-feira (25). Lago tinha 62 anos.
Jacinto foi preso por policiais civis da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) acusado de participar de uma quadrilha que roubava carros e residências em Curitiba usando armas de brinquedo (veja ao lado). Na casa onde o jovem foi preso a polícia encontrou diversos documentos de vítimas de assalto e um celular, que pertencia a Lago. "Como encontramos o aparelho na casa não tinha como ele negar envolvimento no assassinato de Campo Magro, então resolveu confessar o crime", explicou o delegado-titular da DFRV, Cassiano Aufiero.
Jacinto contou à polícia que Lago foi morto por causa de uma rixa envolvendo a irmã de um dos membros da quadrilha. O aposentado teria sido atraído por essa mulher até um local onde os demais integrantes o esperavam. Ele foi feito refém por diversas horas e obrigado a sacar dinheiro em caixas eletrônicos de Curitiba. Conforme Jacinto relatou aos policiais da DFRV, uma quantia de R$ 1.300 foi levada pela quadrilha, que depois conduziu a vítima e seu carro até a Rua Ana Bienarski, na área rural de Campo Magro, onde Lago foi morto e o veículo e o corpo delem incendiados.
De acordo com o delegado interino de Almirante Tamandaré, Voltaire Garcia, que é responsável pela investigação em Campo Magro, equipamentos eletrônicos também foram roubados da casa onde Lago morava, porém não havia sinais de arrombamento. O irmão da vítima, proprietário do imóvel onde o funcioário público residia, deu falta dos objetos. O delegado não soube informar se foi feito boletim de ocorrência do desaparecimento.
Testemunhas disseram que ouviram tiros nas proximidades do local onde o veículo e o corpo foram localizados. Ao chegar à cena do crime, na região metropolitana, os peritos não conseguiram identificar se o corpo era de um homem ou de uma mulher por causa do estado em que se encontrava. A identificação ocorreu posteriormente por meio de exames feitos no Instituto Médico Legal (IML).
Além de Jean dos Santos Jacinto, outras três pessoas teriam participado de toda a ação que culminou na morte de Lago: a moça que o atraiu até o local combinado pela quadrilha, o comparsa de Jacinto, Maicon do Prado Santos, e um adolescente. Todos estão sendo procurados. As informações e provas colhidas no local, bem como a confissão de Jean serão encaminhadas para a delegacia de Campo Magro, responsável pelo caso.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba informou que Lago era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Administração. De acordo com informações do Serviço Funerário Municipal, o corpo de Lago foi enterrado na tarde desta quinta-feira no Cemitério do Santa Cândida.